O reino do lúmpen proletário
A ditadura da degradação e a prisão da Sodoma contemporânea
O Império Romano tinha um conhecido método para conquistar os populares que passou a ser conhecida, após denunciada em uma sátira literária, como “panem et circenses” (política do pão e circo), uma forma de manter na ignorância o povo, voltando sua visão para, tão somente, alimento e diversão.
Desta forma, as pessoas não se debruçavam sobre as crises de natureza política, sendo gratos aos governantes por fornecerem sua “distração” e limitando-se a viver em busca do essencial.
Naturalmente, aqueles que figuram na base da pirâmide hierárquica de necessidades de Maslow, não irão se imiscuir em questões complexas ou que pretendam alcançar resultados de longo prazo. Há uma tendência na qual construções mais sólidas demandem maior esforço e que projetos de longo prazo produzam resultados mais eficientes, eis o motivo da revolução, via de regra, redundar no fracasso, pois, seu avanço temerário deixa a lucidez de lado para alcançar o resultado pelo caminho mais célere, ignorando conceitos básicos, como no caso da fábula Os Três Porquinhos, caso em que a pressa ou a preguiça podem ser a ruína dos mais afoitos.
Viver somente com o mínimo necessário, ou aquém, privará o indivíduo de preocupações que entende como distantes, como política, economia e outros temas que lhe deveria ser caro, não fosse a urgência em prover o essencial. Não há como debater macroeconomia ou ideologia de gênero com alguém que não tem acesso ao saneamento básico, talvez isso explique o motivo de um espectro político lutar tanto para que as pessoas sejam dependentes do Estado em questões tão primárias.
Em outros tempos, o acesso à riqueza era bem mais tímido que atualmente, sendo que, mesmo os mais abastados vidadão não gozavam do conforto dos dias atuais, uma vez que, sequer existiam meios para tanto. Por óbvio que um nobre da idade média tinha uma vida bem mais confortável que um plebeu, entretanto, ao comparar suas condições com um assalariado dos dias atuais, é certo que os tempos fizeram do mundo um lugar menos inóspito.
Foi relativamente fácil para os idealizadores e líderes revolucionários incutirem na classe trabalhadora, a qual chamaram de proletariado, um grande ressentimento pelos detentores de maior riqueza. Associando as dificuldades vividas pelo primeiro grupo a uma suposta expropriação por parte do segundo grupo, criando assim o imaginário de uma “riqueza geral” única e estática, de forma que, para que alguém tivesse mais que seu quinhão, teria de subtrair de outrem. Criando a narrativa que a riqueza é resultado da má distribuição de renda e por isso, o milionário faz sua fortuna empobrecendo outras pessoas, o que está equivocado.
Se tal premissa fosse verdadeira as classes mais pobres dos dias atuais teriam uma vida menos confortável que seus antepassados, uma vez que mais milionários surgem, mais miseráveis deveriam surgir. Claro que, tal regra se confirma se observado o enriquecimento daqueles que não produzem riquezas, sendo reais parasitas.
A massa de trabalhadores foi condicionada a “odiar” os donos dos meios de produção em razão de uma falsa crença de que aqueles só poderiam enriquecer se tirassem uma vantagem indevida do trabalho alheio. Nasceu assim a rivalidade entre o proletariado e a burguesia.
O proletário era o indivíduo que vendia sua força de trabalho ao burguês, dono dos meios de produção, por isso, cunhou-se a ideia que o problema estava justamente na propriedade dos meios de produção, de maneira que, se expropriado o burguês e distribuídas suas posses aos trabalhadores, estariam estes libertos da exploração e poderiam enriquecer juntos e de forma igualitária. Parece estúpido e é.
A narrativa se destrói quando observa-se que há uma relação de troca, não exploração, entre trabalhadores e proprietários, bem como, pelo caos que emerge em decorrência da forçosa “distribuição de renda”. Há pontos que devem ser apresentados para corroborar a nocividade de tal relação, especialmente, os agentes que são encarregados de redistribuir riquezas, que, verdadeiramente, subtraem suas fontes da propriedade e do trabalho alheio.
A narrativa desaba quando o proletário não se vê mais refém de um discurso revanchista quando percebe que pode obter bens através da relação de troca, que a riqueza disponível pode ser ampliada em razão da otimização da produção. Não há motivos para depender do agente expropriador, a produção de bens e a melhora na qualidade de vida propicia ao indivíduo libertar-se de mentiras, e ainda, não depender de uma espécie de “herói” para tirar dos ricos e dar aos pobres.
A título de reflexão, seria no mínimo estranho acreditar em uma fábula de repartição de riquezas, posto que, aquele que subtrai dos mais ricos teria que ter meios para isso, ou seja, ser mais poderoso que suas vítimas e, possuindo tamanho poder, não teria motivo para quebrar a cadeia produtiva, que o sustentaria no topo da pirâmide. Nota-se que na fábula, embora o “herói” tire dos ricos para dar aos pobres, o mesmo e seu bando sustentam-se de parte, talvez a maior fração, da riqueza ora arrecadada, entretanto, apesar da simpatia daqueles que eram atingidos por suas benesses, não rejeitou as graças do monarca, reconquistando seu feudo. A fábula tem seu final com o regresso do “herói” a sua condição de senhor, o que, em tese, lhe impediria de praticar as infrações e distribuir seus resultados.
Em síntese, poder-se-ia presumir, claro que trata-se de uma fábula e não tem motivos para mergulhar no tema, que Robin De Locksley teria usado o seu bando de marginais, que poderiam ter sido agraciados ou não após sua ascensão ao feudo, e a simpatia dos mais pobres, ainda que comprada por uma falsa bondade, para recuperar seu poder, não havendo em seu íntimo uma vontade realmente caridosa, mas somente o desejo de reaver suas posses (claro que há mais de uma versão da lenda).
De qualquer forma, o suposto herói e seu bando sustentava-se tão somente do espólio de suas ações criminosas, ou seja, nem tudo que era subtraído chegava aos mais pobres, logo, existia um grupo que, alegando distribuir riquezas e fazer uma justiça social, parasitava tanto a classe que produzia quanta aquela que acreditava se beneficiar de sua “benevolência”, um tipo de caridade com o esforço alheio. Qualquer semelhança com o socialismo é mera coincidência.
Quando os trabalhadores percebem que podem se sustentar sem a ajuda dos tiranetes ou que estão sendo enganados por tal tipo de impostor, inicia-se a luta para livrar-se de tais parasitas. Como de costume, os seres que se sustentam do trabalho e da propriedade alheia não deixarão de sugar seus nutrientes sem luta. O conforto proporcionado pelos avanços tecnológicos acabam com as narrativas de uma elite política socialista, logo, precisam migrar para outro hospedeiro, ainda que seja aquele que outrora desprezavam.
O socialismo, nos dias atuais, se sustenta no lumpemproletariado, esta nova vítima do maior parasita que já assolou a humanidade é um grupo que os próprios idealizadores da moléstia não escondiam seu asco.
A palavra lúmpen tem origem no alemão e significa trapo, quando utilizada para um individuo, geralmente grafada “lump”, pode ser traduzida como trapo humano, pois inclui a ideia de improdutivo, marginal ou patife. Por falar em patife, para Karl Marx o lúmpen proletário define-se como: “Libertinos, arruinados, com duvidosos meios de vida e de duvidosa procedência, junto a descendentes degenerados e aventureiros da burguesia, vagabundos, licenciados de tropa, ex-presidiários, fugitivos da prisão, escroques, saltimbancos, delinquentes, batedores de carteira e pequenos ladrões, jogadores, alcaguetes, donos de bordéis, carregadores, escrevinhadores, tocadores de realejo, trapeiros, afiadores, caldeireiros, mendigos.”
Não há como negar que tal grupo de pessoas era tratado, inicialmente, como uma subespécie da classe proletária, dejetos da principal, ou uma classe abaixo daquele que era alvo do desejo dos tiranos, descartável por ser imprestável aos anseios dos déspotas que ludibriavam os trabalhadores para ascender ao poder. Aqueles que eram considerados “trapos humanos”, apenas de fardo, aos trabalhadores seriam assim definidos como lúmpen proletários.
Em um primeiro momento estas pessoas são tratadas com total desprezo, posto que, não teriam serventia nos planos de líderes e nos projetos dos pensadores. Ascender ao poder dependia de fazer com que um grupo, potencialmente forte, fosse convencido que o infortúnio de seus membros era consequência da existência de outro.
Assim foi feito na Revolução Francesa, a qual o filósofo irlandês Edmund Burke identificou prematuramente como a subversão de valores que estruturavam a sociedade e resultaria em uma dramática passagem de nossa história. Infelizmente, o pensador estava certo e o caos que se abateu na França lavou o solo daquele país com o líquido rubro extraído dos corpos de seu povo, tragicamente, não se tratava de vinho.
A culpa pelas mazelas de uma sociedade poderia ser facilmente creditada a um grupo de pessoas, sejam os nobres, os burgueses, os judeus e qualquer cuja a torpeza dos revolucionários elegesse como alvo. Assim, o povo condicionado a odiar um determinado grupo e aceitar que qualquer atrocidade fosse praticada contra ele em nome do bem comum (como acreditar que pessoas que não se submeteram a terapia gênica poderia ter atendimento hospitalar negado ou sofrer outras consequências por não se dobrarem as vontades coletivas).
Como mencionado, os diversos fracassos dos regimes totalitários que usaram o ressentimento como bengala de apoio e enganaram os mais pobres para obter o poder, posteriormente deixando-os em condições piores em se comparando as que encontravam-se, provou que confiar o poder aos falsos preditores de fartura e paz é um grande erro. Mas a ilusão reconfortante em transferir as raízes de todo o infortúnio leva o indivíduo a apostar em soluções revolucionárias.
A queda dos revolucionários se dá em razão de seu fracasso quando já assumiram todo o poder, infelizmente o custo são inúmeras vidas, já que tais déspotas abnegar-se-ão reconhecer sua falta e insistirão em manter-se no poder, não importando quantas vidas ceifarão para isso. Basta ver a tragédia venezuelana, na qual um tirano e sua claque derramam cada vez mais o sangue de um povo para sustentar sua ideologia assassina.
O ideal é interromper a ascensão do totalitarismo ao poder, entretanto, como sua intenta, que deveria ser criminosa, é dissimulada, os autoproclamados progressistas, na verdade revolucionários, usaram de narrativas com a cosmética de justiça social, uma ratoeira para os incautos e um convite aos oportunistas, para controlar qualquer grupo que espie seu infortúnio em outro. Apenas quando há uma percepção dos males que o progressismo trará, ele pode ser freado.
O alvo da claque revolucionária precisa ser alguém fácil de manipular ou disposto a negociar sua servidão, portanto, é necessário unir grupos ressentidos ou gananciosos para engrossar as fileiras das tropas do caos. Para isso, criar guerras de classes é essencial, não sendo viável movimento de conciliação ou que estimulem a introspecção para que o individuo conquiste suas próprias vitórias. O mérito deve ser demonizado, pois, alcançar o sucesso sem a bengala do progressismo liberta o indivíduo.
A antiga massa de manobra dos revolucionários se viu liberta ao perceber que sua relação com o mundo depende muito mais de suas decisões que de pseudovisionários charlatões que só almejam a vida parasitária e o poder para manter outro na qualidade de escravos. A farsa socialista fracassa quando o “proletário” se liberta das mentiras de tal grupo.
Sem o proletariado para cumprir o papel de levar a elite socialista ao poder, resta rebaixar-se para cooptar aqueles que os próprios revolucionários desprezavam, a classe dos inservíveis, o lumpemproletariado. Não dispondo da tropa desejada, recrutar-se-á o refugo, posto que, a persecução do poder é irrenunciável nas mentes doentias dos progressistas, ao ponto de tentarem justificar dezenas de milhões em mortes.
É imperioso distinguir que seria o lúmpen proletário, uma vez que, na atualidade, cabe desmembrar três grupos, sendo dois deles objeto do desejo da fome totalitária.
A primeira definição é usada de forma equivocada, porém intencional, como argumento dos progressistas atuais, haja vista a necessidade de manter o desprezo por aqueles que não fazem parte de seus planos, contudo, preservando a repulsa pelo termo como fizera o “messias” do socialismo, Karl Marx. Seria impossível esconder a forma como o mestre dos revolucionários tratava as pessoas que julgava como trapos da sociedade e, ao mesmo tempo, tentar seduzir tais indivíduos a alistarem-se na guerra de classes.
Os progressistas, preservando somente uma narrativa de desprezo, tentam tratar como lúmpen proletário o indivíduo que não tem a vontade de se imiscuir na política, sendo mais uma de suas mentiras, pois, direcionam tal rótulo aos que, independentemente de seu interesse pela coisa pública, não coadunam das pautas dos revolucionários, logo, para a elite socialista e suas antenas repetidoras, os imprestáveis seriam todos aqueles que não se deixam seduzir por ideais revolucionários e rejeitam suas políticas. Fácil constatar como tal tipo de tirano tem facilidade em descartar pessoas somente por sua visão dissonante.
Se Karl Marx chamou aqueles que não possuem consciência de classe de trapos, isso faz com que os progressistas usem tal grupo como alvo, tendo em vista que, assim como o citado, seus seguidores são seres capazes de perseguir qualquer um que considerem não servir à causa, espelhando a psicopatia do autor.
No entanto, há dois tipos de definições que englobam o lumpemproletariado, mas que jazem afastadas dos discursos dos marxistas, que são os improdutivos e os marginais, estes que atualmente se tornaram a melhor espécie de idiotas úteis. O ativismo das chamadas minorias tenta cooptar uma gleba de pessoas que se marginalizaram, atribuindo às mais diversas situações o fato de estarem fora do corpo da sociedade, orbitando-o por simplesmente assumirem uma posição agressiva e vitimista que faz com que os mais cautelosos se afastem.
As pautas minoritárias, que tentam angariar seguidores associando uma suposta rejeição social em relação à outra classe, ainda conseguem arregimentar militantes, entretanto, se faz mister marginalizar os mesmos para que não sigam o destino dos trabalhadores. As chamadas pautas identitárias criam um comportamento tribal que tem o efeito de excluir seus adeptos de um convívio social saudável e perseguir qualquer um que tente se libertar de tais grupos.
Por outro lado, as lideranças de tais “minorias” parecem ter uma vida bem abastada, como o caso de duas cofundadoras do grupo Black Lives Matters, que adquiriram uma mansão de valor considerável no estado da Califórnia, EUA. As duas possuem outras fontes de renda, mas também decorrem do ativismo que prega “combater” o racismo, por outro lado, verifica-se que as ativistas possuem outros bens de valores consideráveis, mesmo se dedicando exclusivamente à militância em favor dos “menos favorecidos”, tragicômico, mas os tolos ainda acreditam, embora seja fácil perceber o quão se tornou financeiramente interessante a militância.
Curioso como os grupos revolucionários perderam o pudor e servem aquilo que fingiam combater, com ver milionários mimados ignorando suas raízes para assumir um falso sacerdócio perante as massas iludidas. Revoltados com um inimigo imaginário, juram vassalagem aos mesmos senhores que seus profetas dizem combater, mais uma vez, se deixam iludir por favores, como cotas e outras migalhas são prisões, ou pelo sentimento de pertencimento, acreditando ter um lugar nos salões nobres que conquistarão sem esforço.
A sobra das torres de marfim confortam os que foram convencidos que são vítimas de um mundo que os relegou ao sofrimento por suas escolhas ou sua natureza, como cor de pele, gênero, prática sexual ou qualquer outra característica que possa ser explorada para supressão de vontades individuais em nome de grupos, que nada mais são que feudos ou regimentos de serviçais que interiorizam as pautas de seus senhores como suas, passando a santificar líderes ao ponto de se submeterem a quaisquer abusos, a aceitação do “rouba mais faz” é um exemplo.
O Partido Democrata dos EUA prova que é possível “ganhar” o amor das minorias, simplesmente, comprando seus líderes e oferecendo migalhas que pareçam direitos, quando na verdade tensionam diferença entre os grupos ao passo que arregimentam os que por elas são favorecidos. Tal tática tem funcionado de maneira a permitir que o mencionado partido conseguira aproveitar do apoio da Ku Klux Khan e do Black Live Matters, dois grupos idênticos, em que pese tentem se dizer antagônicos.
Exemplos não faltam, basta prestar atenção para constatar que as lideranças das “minorias” evitam o choque contra outra ala cujas rédeas são puxadas pelos revolucionários.
Mais uma vez, usando um pouco da lógica, é possível se libertar da prisão das minorias, posto que, um indivíduo que busca através de seu esforço suas metas, abrindo mão de uma bengala estatal ou social, pode deixar de lado o chamado sentimento de pertencimento e, deixando a prisão que é a tribo, passará viver como membro da sociedade como um todo, achando em seus pares, independente de suas supostas marcas, um grupo maior do qual faz parte, a humanidade. Livre, poderá se associar com pessoas por interesse comum e saudável, sem que exista uma fogueira, alimentada pela revanche, a ganância e a inveja, para sentar-se à volta.
Quando, por exemplo, uma mulher entende que o feminismo é mais uma prisão que um lugar em comum, ela encontrar-se-á livre, o mesmo ocorre com pautas raciais, LGBT e todas as outras. Deixando de ser um agente da revolução, um idiota útil, torna-se inalcançável aos tiranos, fazendo com que tenham de recrutar outros para sua intenta demoníaca.
O lúmpen proletário pode estar vivendo de tal forma justamente pelo ostracismo que sua “tribo” lhe impõe, hipoteticamente, poder-se-ia admitir que uma feminista sofre rejeição de homens por ser uma acusadora em potencial, uma vez que, teria uma tendência antinatural a interpretar uma aproximação como assédio, não pense que isso prejudica os manipuladores, tal distanciamento lhes é favorável, justamente, por alimentar ainda mais o revanchismo entre os homens e mulheres, fazendo do feminismo a tábua de salvação para estas mulheres deslocadas da sociedade.
A expressão Deus, pátria e família tornou-se o pesadelo contemporâneo do progressista, exatamente porque a fé impede a submissão total do indivíduo aos grupos, os tais feudos, posto que, não se pode acatar algo contrário aos ensinamentos divinos para aceitar narrativas, é inconcebível curvar a vontade de Deus ou reeditar escrituras sagradas em prol de uma pauta, seja ela qual for. Decorre daí uma resistência inerente àquele que crê, que se levantará face aos anseios totalitários, por tal motivo, é imperioso aos revolucionários corromper a fé.
Especialistas dizem que Antônio Gramsci acreditava que o socialismo seria o herdeiro do cristianismo e não seu coveiro, data máxima vênia, sem destruir a fé cristã, o povo não assumiria como divinos os líderes políticos, tratando-os como inquestionáveis, como é o caso do regime norte-coreano, em que o governante tem status de divindade. Parece que o tal “herdeiro” ganancioso está disposto a eliminar aquele que tornar-se-á o autor da herança.
“O Partido Comunista é atualmente a única instituição que pode se defrontar seriamente com a comunidade religiosa do cristianismo primitivo [...] Entre os militantes pela Cidade de Deus e os militantes pela cidade do homem, o comunista não é certamente inferior ao cristão das catacumbas”.
A pátria também pode ser um pequeno incômodo, haja vista que, conservar sua identidade nacional fará com que o indivíduo se oponha aos planos transnacionais dos revolucionários, lutando para defender seu povo. Podemos citar o povo russo que resistiu a investida de Napoleão e das nações que compunham a extinta União Soviética, que conservaram sua identidade nacional após a dissolução daquela abominável confederação.
Por fim, temos o conceito de família, que serve como porto seguro ao indivíduo, constrói sua base de valores e se traduz em pessoas que lhe são tão caras que seria capaz de confrontar o poder para protegê-las. A vontade em criar uma sociedade sem famílias, em que o sujeito esteja ligado apenas aos valores revolucionários chega a propor abertamente o fim da família, em uma psicopatia social digna da ficção, o discurso progressista ambiciona o poder de tal maneira que seria capaz de triturar quaisquer obstáculos. Não por acaso tal visão de mundo custou tantas vidas.
A elite socialista sabe que precisa de uma massa incapaz de se libertar, os eternos decaídos, sendo os serviçais perfeitos, pois, desprovidos de valores morais, tornam-se facilmente corruptíveis e inaptos a desafiar seus mestres. São realmente impossibilitados de caminhar sem bengalas, precisam da ilusão de liberdade conquistada pela subserviência aos tiranos, que consideram seres admiráveis e altruístas, não se queixaram de viver de migalhas pois sua natureza é vagar pelas sombras catando-as com ratos.
Identificar uma fonte de indivíduos em tal condição pode ser difícil, mas o próprio Karl Marx já tinha verificado tais pessoas e colocado-as no corpo de sua definição. Os marginais, não aqueles que foram seduzidos pela guerra de classes, ou mesmo, que acreditaram ser de um grupo que sofre o ostracismo por sua condição, mas aqueles que, das trevas, fazem seu meio de existência.
Nas palavras do nefasto Marx,
“os vagabundos, soldados dispensados, prisioneiros libertos, escravos fugidos de navios, malandros, charlatões, lazarentos, punguistas, trapaceiros, jogadores, cafetões, donos de bordel, carregadores, literatos, tocadores de realejo, trapeiros, amoladores de faca, funileiros, mendigos – em suma, toda a massa indefinida, desintegrada, jogada aqui e acolá, denominada pelos franceses de a boemia (Marx,1851-1852: 149)”.
Percebe-se que a definição dos marginalizados já encontra-se na exposição do lumpemproletariado desde sua origem.
Alistar o marginal é essencial quando não é mais possível socorrer-se do apoio de trabalhadores, que cada vez distanciam-se mais dos revolucionários, e das chamadas minorias, quando pessoas que eram levadas a crer estarem presos às tribos, começam a despertar e observar que são tratados como massas de manobra e rejeitam a subcultura que lhes é imposta. Claro que tal rompimento gera uma reação daqueles que pretendem controlar tais nichos sociais e fazer deles seu capital político.
A revolução decidiu se aliar com aquilo que desprezava, não que exista problema diante da relativização da moral progressista, mas precisavam esconder seu asco da massa que precisa conquistar, mesmo ciente que está lidando com pessoas que considera o resto, que serão descartadas caso volte a sua situação de poder.
Da mesma forma que o senhor feudal da fábula mencionada, conquista o amor dos mais pobres para confrontar a nobreza, omitindo que ao reconquistar seu lugar no castelo, não se importará com estes desafortunados. Considerando que são seres abjetos e sua única serventia é servir de platô para que o revolucionário possa galgar um plano superior na escalada do poder.
A grande vantagem em utilizar a mais baixa classe reside, justamente, na incapacidade de tais indivíduos se libertarem, são viciados, marginais e criminosos contumazes, tem com modo de vida a subsistência parasitaria e colocam-se como seres nocivos à cadeia produtiva. Não por acaso a representação política e cultural da esquerda insiste em minimizar os males das drogas, glamoriza a vida boemia e, literalmente, protege facções do crime organizado.
A glamorizarão da vida boemia e das drogas é explicita na manifestação cultural, as embalagens vazias (influenciadores que nada tem a oferecer e são colocados em tal condição para servir como o Flautista de Hamelin), o chamado funk ostentação seduz os incautos a abraçarem uma cultura de orgias regada ao luxo, vendendo uma falsa ilusão.
Uma forma de alistamento para o crime organizado e sua subcultura, arregimentam cada vez mais mão de obra para a revolução dos degenerados, uma classe disposta a culpar outrem por suas vicissitudes e de fácil descarte, serviçais inconscientes de déspotas que não encontram quaisquer traços de pudor em manobrar tais indivíduos.
Um bom exemplo é o chamado funk ostentação, oriundo da periferia do São Paulo, apresenta um estilo de vida, ainda que de faixada, inalcançável para a maioria da população, especialmente os que vivem nas comunidades mais carentes, servindo como um canto da sereia para o consumismo desenfreado e, ao mesmo tempo, transferindo para a aqueles que produzem a responsabilidade pelas mazelas sociais. Os artistas do citado metiê, tendem a acusar a classe média, justamente aquela que os revolucionários pretendem subjugar, ao passo que, se rendem ao mainstream.
Em um nível ainda mais alarmante temos o chamado funk carioca, este que desde seu nascimento anda de mão dadas com o crime organizado, basta uma pesquisa superficial sobre “funk proibidão” para constatar tal enlace, negar isso, além de mentiroso é canalha. É inequívoco que a sexualização, não só das letras, mas das figuras, do funk tem como função central servir de isca e seu comportamento, uma verdadeira ode ao crime e ao ódio a sociedade civilizada, é um convide ao declínio, muitas vezes direcionado aos mais indefesos, como jovens pobres, fingindo ser um movimento cultural.
A degradação se agrava quando se observa o ambiente em que ocorre a celebração dos bailes funk, locais, via de regra, literalmente controlados por organizações criminosas dispostas a aliciar, envenenar e estabelecer uma cultura de admiração entre os frequentadores e sua podre nobreza, compostas por barões do crime.
Por falar em nobreza do crime, o que dizer das escolas de samba, agremiações que fazem com que gangster do alto escalão desfilem diante de um povo entorpecido e ostentem seu poder, sem que sejam desafiados.
O crime organizado aprendeu que, através da propaganda, é possível criar uma cultura própria estabelecendo uma relação de poder e culto a personalidade, antes, através de pequenas benfeitorias, comprar apoio sempre foi um “bom negócio”, nascendo o ideário de um caudilhismo do crime, dando a figura o “padrinho” ou “patrão” uma legitimidade anômala que decorre do assistencialismo e da violência marginal. A autoridade dos senhores feudais do crime é inquestionável dentro se suas jurisdições paralelas e pode estender-se além de suas fronteiras para causar um mal aos seus opositores.
Não é por força do acaso a atração entre revolucionários e as organizações criminosas, não é uma coincidência que a subcultura destes artífices seja incutida como natural e a denunciação de seus males seja tratada como um tabu, carimbando como preconceituoso todo aquele que aponta o quão nocivo é a cultura do lumpemproletariado, pois ela é o convite para a degradação humana e indivíduos sem valores são escravos por sua incapacidade em perceber serem massa de manobra.
Nada mais óbvio que expandir a cultura da degradação torna-se interessante aos que precisam, cada vez mais de uma sociedade degenerada, não há resistência ao totalitarismo em uma cracolândia, as pessoas naquele ambiente estão reduzidas à condições subumanas, bem como, aqueles que participam da orgia regada à entorpecentes nas comunidades que são chamadas de baile funk e vendidas como simples como manifestações culturais.
Recentemente, uma proposta de emenda a um projeto lei, feita por uma parlamentar progressistas tentou destinar verba de competições esportivas à torcidas organizadas, o que parece uma forma de cooptar as lideranças de tais grupos sabidamente violentos, coincidência ou não, os revolucionários chegaram a usar algumas destas facções para intimidar cidadão reduzindo a adesão daqueles que pretendiam se manifestavam pacificamente. Tais organizações já são infectadas pelas visões revolucionárias, não sendo nada além das demais, entretanto, muitos dos líderes de torcidas preferiram manter-se longe dos embates políticos, fazendo com que a elite progressista buscasse um meio de se aproximar deles.
Interessante também o caso da governo da cidade do Rio de Janeiro, quando o então prefeito decidiu reduzir significativamente as verbas repassadas às escolas de samba, medida que era defendida pela maior parte da população carioca, incluindo opositores do chefe do executivo municipal, entretanto, a grande mídia e as lideranças progressistas não digeriram tal medida, posto que, retirava receita de agremiações que, de forma menos enfática, cumprem o mesmo papel dos bailes funk. Capturando consciências através de uma simpatia artificial para arrebatar os corações dos populares.
A Lei Rouanet, muito questionada, também servira como uma forma de conquistar a simpatia dos populares através das antenas repetidores, muitas embalagens vazias, que, agraciados com considerável benefício faziam questão de manter o status quo, usando sua popularidade para entorpecer os menos esclarecidos e conduzi-los, gentilmente, ao matadouro.
O convite para o reino do lúmpen proletário está em suas mãos, mas saiba, quando as luzes apagarem, você se reconhecerá como uma ferramenta que perdeu seu valor e será descartado como qualquer objeto inservível.
Seja bem-vindo, aproveite bastante a festa, descubra-se um idiota útil e garanta seu lugar em um futuro sombrio cheio de sofrimento, ou, desperte e liberte-se.
O aspecto do seu rosto testifica contra eles; e publicam os seus pecados, como Sodoma; não os dissimulam. Ai da sua alma! Porque fazem mal a si mesmos. Isaías 3:9
Artigo publicado na Revista Conhecimento & Cidadania Vol. I N.º 05 - ISSN 2764-3867
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