Onde está a sua esperança?
Semana de Natal. Neste ano, tudo está sendo atípico: não tenho visto janelas iluminadas com as luzes tradicionais, não está acontecendo aquela famosa correria de fim de ano para as compras da ceia ou de roupas novas para usar na festa; estamos em um limbo repleto de incertezas, o que faz com que as pessoas, ainda que não demonstrem, estejam preocupadas com o que o amanhã reserva.
Há patriotas ainda acampados nas portas dos quartéis, outros em Brasília, depositando todas as suas fichas em uma única ação. Os que não estão acampados por diversos motivos, estão assistindo as movimentações da transição e quase tendo uma síncope a cada anúncio de possíveis ministros: já temos na lista Fernando Haddad, Flávio Dino, Margareth Menezes, Rui Costa. De fato, isso é pior que um pesadelo!
Porém, venho através deste artigo para fazer uma pergunta: onde está a sua esperança? Há aqueles que já a perderam, e eu não julgo. Mas nem tudo está perdido. Para o Brasil? Para o seu Estado? Para o mundo? Não! Para você!
“Dani, como assim? Então quer dizer que não devo mais lutar?”
Nada disso! Mas me permita explicar como que o discurso global esquerdista se infiltrou no meio dos conservadores e cristãos.
Como age o meio progressista? Através do coletivismo: eles não dizem que querem ajudar os pobres, mas “acabar com a pobreza”; eles não falam sobre atuar nos bairros para promover conscientização ambiental, mas em “discurso global contra emissão de gazes, contra o agro, etc.”. Ou seja, eles NUNCA tratam do individual ou local, mas do global; isso faz com que a dominação seja mais fácil de se conseguir. Além disso, o discurso global não leva em conta as especificidades de cada lugar e do grupo de pessoas que ali residem.
Agora, percebam que este é o discurso que tem se infiltrado aos poucos no meio conservador: “precisamos salvar o Brasil!”. Óbvio que devemos lutar pelo melhor para o nosso país, mas este discurso coletivista, em vez de nos fortalecer, esvazia nossas forças. O Brasil é um país continental, com necessidades diversas, como que eu, um ser pequeno, conseguirei esta tarefa hercúlea? Simples: se cada um salvar a si mesmo. E apenas com o Evangelho isso é possível!
“Ih, lá vem ela com esse discurso religioso...”.
Nada disso! Não trago aqui discurso religioso, mas de realidade! Não temos condições de salvar o mundo, mas podemos (e devemos!) salvar a nossa alma.
No momento mais difícil para o povo de Israel – o cativeiro babilônico – Jeremias escreveu: “Quero trazer à memória o que me pode dar esperança” (Lamentações 3.21). O profeta entendia que não dava para mudar aquela situação externamente, mas dentro dele; uma coisa que aprendi na igreja é: quando mudamos a visão, mudamos a condição, e isso deve acontecer primeiro dentro de nós.
Quem já teve a oportunidade de viajar de avião sabe que a aeromoça dá várias instruções em caso de emergência, e uma delas é: “Em caso de despressurização da cabine, máscaras de oxigênio cairão automaticamente (...) Auxiliem crianças ou pessoas com dificuldade SOMENTE APÓS TEREM FIXADO A SUA”.
Não temos a menor condição de ajudar alguém se estivermos mal, e não podemos “salvar o Brasil” se nós mesmos não estamos! Trato aqui de salvação da alma, mas não apenas disso. Se sua casa estiver desajustada, se seu casamento estiver mal, se você não tem disciplina com suas atividades, não conseguirá salvar um país inteiro!
Jordan Peterson, psicólogo clínico canadense, em sua obra “12 regras para a vida”, deu a lição 6 o título “Deixe a sua casa em perfeita ordem antes de criticar o mundo”. Se eu fosse a autora da obra seria: “Salve a sua alma antes de salvar o mundo!”. Nosso Senhor já havia “dado a dica” quando disse: “Mas buscai PRIMEIRO o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas.” (Mateus 6.33).
A maior esperança que podemos ter em meio a este caos que assolou o Brasil é saber que Nosso Senhor é com aquele cujo coração já lhe foi entregue. Já falei algumas vezes e repito: a política não é um fim em si mesma. Ela é necessária enquanto vimemos neste mundo, porém não deve nortear a nossa vida a ponto de abandonarmos nosso convívio familiar e, acima de tudo, com Deus. E: a guerra é espiritual. Se todo o problema fosse simplesmente político, o presidente Jair Bolsonaro não teria dificuldades em resolvê-los; e guerra espiritual não se vence com discurso, mas de joelhos dobrados.
Independente da situação que vier, o lema que nosso presidente nos ensinou, na ordem que está, é que fará a diferença: DEUS, FAMÍLIA, PÁTRIA E LIBERDADE.
Artigo publicado na Revista Conhecimento & Cidadania N.º 25
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