
MENEZES COSTA
"Com conhecimento se constrói cidadania!"
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- Direito Administrativo
Assim como em uma árvore, o Direito possui vários ramos. Temos o Direito Constitucional, que acabamos de estudar, o Direito Administrativo, o Direito Processual e assim por diante. O Direito Administrativo ele trata da administração pública, ou seja, como é feita a sua autogestão e como ela lida com o chamado administrado ou cidadão. Quando falamos em administrar estamos falando em prestar o serviço público em si, ou seja, administração pública é o Poder Executivo. A natureza deste Poder é administrar, podendo realizar uma norma, julgamentos internos, mas a regra/finalidade da administração pública é gerir serviços. A administração pública não pode ser tratada como uma empresa privada, por exemplo, para contratar um funcionário, ela não pode contratar quem ela quiser, precisa realizar um concurso para os melhores qualificados possam ser funcionário e para demiti-los é necessário um processo, como podem perceber não funciona como na empresa privada. O mesmo acontece quando seu administrador quer comprar carros para ser utilizado pela administração pública, por exemplo, para o Conselho tutelar, este não pode ir direto a uma agência de carros e adquirir, deverá realizar um processo, onde ele publicará que precisa comprar determinado tipo de carro e a empresa que tiver o interesse em vender levará uma proposta e o administrador verá o melhor carro com o melhor preço, ou seja, o melhor custo benefício para a aquisição. Este ramo do Direito possui vários Princípios, porém existem alguns são mais importantes, eles estão no art. 37 da Constituição Federal e norteiam a administração pública, são eles: Legalidade A administração pública só fará o que a lei determinar, ou seja, ela não é livre para fazer o que quiser. É um princípio restritivo. Impessoalidade A administração pública não pode fazer as coisas por motivação pessoal, por exemplo, promover um funcionário público por amizade é necessário preencher requisitos para tal promoção. Deve tratar as pessoas com o máximo de impessoalidade possível. Moralidade Neste a administração pública não pode fazer algo que esteja na lei, mas que é visto como imoral. No código de ética muita das vezes traz questões morais. Todos esses princípios geram punição nos casos de descumprimento. Publicidade Tudo que a administração pública faz ou pretende fazer precisa ser publicado, por exemplo, a Polícia Militar está em processo de compra de novas viaturas. O povo precisa saber o valor, a marca, quais empresas apresentaram propostas e qual foi a melhor na questão custo benefício. Outro exemplo, um funcionário será promovido, precisa ser publicado. Todos os atos da administração precisam ser publicados em boletins, diários oficiais para dar transparência, todos precisam saber o que está acontecendo. Eficiência É uma tentativa de dizer que a administração pública buscará tratar da forma mais eficiente possível o serviço. Administração Pública Direta É o próprio governo, por exemplo, o governo federal é a administração pública da União. Força Aérea brasileira é um órgão do governo federal; Polícia Rodoviária Federal é um órgão do governo federal. Esses órgãos não possuem personalidade jurídica, logo em caso de processo será a União e não o órgão. Eles existem para prestar serviços. Administração Pública Indireta Quando cria uma pessoa jurídica para prestar serviço, por exemplo, a Petrobras é uma empresa que possui personalidade jurídica, não é um órgão da União. Os Correios também são outro exemplo de administração pública indireta. Esses podem ser vendidos, por não serem órgãos da União.
- Méier
Jardim do Méier – 1916 A ocupação da região começou quando Estácio de Sá, fundador da cidade do Rio de Janeiro, doou aos jesuítas a extensa Sesmaria de Iguaçu, que incluía os atuais bairros do Grande Méier, além do Catumbi, Tijuca, Benfica e São Cristóvão. No entorno de onde hoje é o Méier, os religiosos instalaram três engenhos de açúcar, com o emprego maciço de mão de obra escrava. Mas, quando em 1759 o Marquês de Pombal expulsou os jesuítas, a posse das terras passou para Manuel Gomes, Manuel da Silva e Manuel Teixeira. Em pouco tempo, os três mandaram devastar a vegetação natural para explorar a madeira e, mais tarde, aproveitaram o terreno para o cultivo de frutas e hortaliças. Posseiros e foreiros foram atraídos para os espaços vazios que restaram, o que indiretamente facilitou o processo de ocupação. Escravos alforriados construíram barracos no Morro dos Pretos Forros, também conhecido como Serra dos Pretos Forros, que fica na região próxima à atual Água Santa. Mais tarde, o povoamento se intensificou devido à descoberta de ouro nas proximidades da Rua Frei Fabiano, em especial nas encostas do Morro do Vintém, assim chamado em função do pagamento, com poucas moedas, pelo trabalho no garimpo, tanto de escravos como de homens livres à procura de riqueza. Nome alemão batizou o bairro No século XIX, Jerônima Duque Estrada casou-se com o encarregado pelas roupas da corte imperial, o comendador Miguel João Meyer, descendente de alemães. O primogênito de seus nove filhos, Augusto Duque Estrada Meyer, se destacou como acompanhante do imperador Dom Pedro II, recebendo o título de camarista e extensas terras que se estendiam desde a Estrada Grande, atual Rua Dias da Cruz, até a Serra dos Pretos Forros. O camarista Meyer abriu várias ruas e deu a elas os nomes de parentes, como os filhos Carolina, Frederico e Joaquim. Era o início do atual bairro do Méier, versão aportuguesada do sobrenome Meyer. Por aquela época, a região tinha crescido em importância como polo de abastecimento de alimentos para a cidade do Rio. Já a partir de 1858, quando começaram a circular os trens da Estrada de Ferro D. Pedro II, se tornou mais efetiva a ocupação dos subúrbios que surgiam ao longo da linha férrea e nas redondezas das estações. Após a proclamação da República, ela passou a se chamar Estrada de Ferro Central do Brasil. Em 1879, por iniciativa de Lucídio Lago – que, aliás, também virou nome de rua na localidade –, a Companhia Ferro Carril, com tração animal, chegou à área. O Méier seguiu seu progresso nos trilhos. Uma parte do passado do bairro está ligada diretamente à história dos trens. O aniversário da estação ferroviária do bairro é utilizado como data de fundação do bairro: 13 de Maio de 1889. Foi nos anos 1950 que o bairro passou a ter grandes proporções. Em 1954, o Méier ganhou o Imperator, na ocasião, a maior sala de cinema da América Latina, com 2.400 lugares. Em seguida, foi a vez do Shopping do Méier se instalar no bairro – o primeiro do gênero a ser inaugurado no Brasil. Fontes: http://www.multirio.rj.gov.br/index.php/leia/reportagens-artigos/reportagens/458-meier-do-ouro-ao-samba#:~:text=Nome%20alem%C3%A3o%20batizou%20o%20bairro&text=Era%20o%20in%C3%ADcio%20do%20atual,da%20Estrada%20de%20Ferro%20D https://diariodorio.com/historia-do-meier-o-orgulho-do-suburbio-e-dos-suburbanos/
- Variedades
Sugestões culturais Filme: Deus está não morto Quando o jovem Josh Wheaton entra para a universidade, ele conhece um arrogante professor de filosofia que não acredita em Deus. O aluno reafirma sua fé, e é desafiado pelo professor a provar a existência de Deus. Livro: Portões de fogo O rei Xerxes comanda dois milhões de homens do Império Persa para invadir e submeter a Grécia. Em uma ação suicida, uma pequena tropa de 300 temerários espartanos segue para o desfiladeiro das Termópilas para impedir o avanço inimigo. Eles conseguem conter, durante sete dias sangrentos, as tropas invasoras. No fim, com suas armas estraçalhadas, arruinadas na matança, lutam “com mãos vazias e dentes”. Relatados diretamente ao rei pelo único sobrevivente grego, os fatos são apresentados ao leitor de maneira vívida e envolvente. Mais do que somente com a batalha, o leitor entra em contato direto com o modo de vida desses antigos guerreiros, sua rotina, seus valores, sua coragem, seus ideais. A narrativa empolgante de Steven Pressfield recria, assim, a épica Batalha de Termópilas, unindo, com habilidade, História e ficção. Poema: Música: O Anel Sem Palavras · Richard Wagner (versão de Lorin Maazel) Clique na imagem e ouça Reflexão: Para ajudar a continuarmos com este trabalho, doe qualquer quantia: PIX: 28.814.886/0001-26
- Entrevista com Presidente da Fundação Biblioteca Nacional
Editor-chefe da Revista Conhecimento & Cidadania entrevistou o Dr. Luiz Ramiro Jr. atual Presidente da Fundação Biblioteca Nacional. Hoje, estou com o Presidente da Fundação Biblioteca Nacional, professor Luiz Ramiro, o senhor poderia nos contar a história da Biblioteca Nacional? Bom, existe uma história da Biblioteca Nacional no Brasil e existe uma pré-história dela a partir de Portugal. A origem desse acervo é sobre tudo da Real biblioteca que vem com Dom João, dois anos depois da chegada dele no Brasil, ou seja, em 1810, ela é produto de um grande feito de Portugal. Foi a reconstrução a partir do terremoto que se deu em Lisboa no século XVIII, então, a partir dessa catástrofe ocorre um esforço de Portugal para reorganizar suas coleções. A Biblioteca Real é um elemento muito importante da formação do Estado, da formação dos Príncipes, tanto que a Biblioteca Nacional tem a coleção do Infantado, faz parte de uma das coleções da instituição, e isso representa algo muito singular para o Estado, e nós herdamos isso. Dom João quando instaurou as bases de um Estado no Rio de Janeiro, fez algo muito importante no Rio de Janeiro, é a única cidade nas Américas que foi capital de um império europeu, um reino europeu, então é algo de muita dignidade, de uma marca histórica muito importante. E com a vinda de Dom João, com a Real Biblioteca isso, como eu disse dois anos depois da chegada de Dom João a Salvador depois ao Rio de Janeiro, foi 1808 – 1810, isso é alocado por convento caro e depois tem uma série de outros galhos que a biblioteca transita, depois um local que é hoje o prédio da Escola de Música da UFRJ, ali na Rua do Passeio, e em 1910 com cem anos da inspeção o prédio principal, esse prédio sede é construído, é inaugurado, na época o Presidente era Epitácio Pessoa. A Biblioteca em 2010 completou 200 anos, é a principal instituição de cultura do país, foi muito importante na Independência, porque ela representou uma marca dessa transição no modo original de como o Brasil faz suas transições políticas e ela é um grande, na verdade a maior preciosidade da memória Brasileira, então é muita responsabilidade, muita honra gerir essa instituição, mas a dificuldade é muito grande, ela tem uma marca histórica muito profunda, porque não apenas o que ela guarda no país ou da trajetória no uso brasileiro, mas também é uma preciosidade mundial como todo país, com toda nação com pretensão civilizatória como foi Portugal e como Brasil também deve assumir, porque o Brasil herdou isso, nós somos uma civilização tropical, nós temos preciosidades não só para algo ser conscrito a uma nação, mas algo comum, a Biblioteca é um panteão também de uma memória mundial, preciosidades e verdadeiros tesouros que não há em outras partes ou se há é em número limitado, por exemplo, esse ano comemora 450 anos dos Lusíadas, a Biblioteca Nacional tem a primeira edição de Lusíadas, de Luís de Camões e assim por diante, uma série de itens que entram na memória do mundo que é reconhecida pela UNESCO. Um estudo para dizer em outra panorâmica, a profundidade dessa instituição, é marcada por essa vinda de Dom João faz as bases do Estado brasileiro, a organização brasileira, propriamente dita, e depois no momento de Independência Nacional, a Biblioteca foi marcante quando se dá, por exemplo, o reconhecimento de Portugal da Independência do Brasil isso acontece apenas em 1825, três anos depois de quando se proclama a Independência, a Biblioteca Nacional é adquirida está na ATA dos itens adquiridos de Portugal, assim como parte da esquadra que constituiu a esquadra nacional, enfim, vários itens ali de domínio público português são adquiridos fazendo parte desse processo de independência nacional e é por isso que ela tem uma identificação forte com esse momento, não é à toa que todos os demais anos de comemoração da Independência nacional, a Biblioteca ocupa um espaço de relevância, isso foi nos seus 50 anos, sobretudo nos 100 anos, em 1922, a comissão do centenário funcionava dentro da Biblioteca Nacional, onde a Câmara dos Deputados, no âmbito Federal, estava alocada devido a uma reforma no Palácio Tiradentes, isso mostra a importância. Em 1972 foi um momento de aproximação do Ministério, a época, da Educação e Cultural, com o Diretor Executivo, antigamente não havia Presidência, porque não era Fundação, apenas em 1990 a Fundação é constituída, enfim, importante identificar e que as pessoas saibam e conheçam essa importância. Para incentivar a leitura, na sociedade atual, qual a importância da Biblioteca Nacional? A Biblioteca tem um caráter próprio, ela é única, há apenas uma Biblioteca Nacional, por mais que ela possa e deva ser versada de diversas maneiras ela pode ter uma desterritorialidade, a gente pode pensar em Biblioteca Nacional em outro espaços, isso é até bom, ela é sediada no Rio de Janeiro, mas ela presta um serviço a todas as pessoas e ela expressa essa importância não só pelo acervo físico onde um pesquisador ou leitor pode encontrar, porque ela tem a memória bibliográfica brasileira, o que significa isso? Toda obra publicada no Brasil tem pelo menos dois exemplares dentro da Instituição, essa é uma obrigatoriedade legal, quando uma editora pública um livro tem que ter, assim como ela é um receptáculo de diversas doações, não sou aquilo que veio com Dom João e foi aperfeiçoado depois do período imperial, mas foram feitas doações e aquisições importantes, acervos muito importantes que são objetos de pesquisas, são objetos de interesse de estudantes, etc, ela é uma referência, ela serve de base para pesquisas originais, então eu falava outrora, como por exemplo, nesse período de fechamento de instituições, período de pandemia, a Biblioteca Nacional nós não temos a dimensão de quantas teses, dissertações e de trabalhos de conclusão de curso que ela salvou, porque estava tudo fechado mas ela tem uma plataforma digital em que as pessoas acessam quase todas os jornais publicados no país, um série de obras clássicas, uma série de obras que marcam a cultura nacional e mundial acessíveis em sua plataforma digital, não à toa isso faz que o acesso ao espaço digital chega em 100 milhões, em 2020 teve mais de 100 milhões de acessos ao ano, isso é muito forte, então, representa essa demanda que a instituição já tem como ela presta o serviço, a sua importância, tanto de ordem especializada, que vai desenvolver um estudo mais apurado sobre algum tema, como também para um série de serviços gerais, como o Brasil precisa ser exposto para além de suas fronteiras, por exemplo, a Biblioteca Nacional é recorrente, quando um Consulado ou Embaixada quer fazer uma exposição sobre a História do Brasil, os acervos primordiais são da Biblioteca Nacional, então nós somos provocados a versar esse conteúdo em forma digital e claro na presença de pesquisadores e leitores ela é muito importante, como, um acesso público ao seu conteúdo, isso acontece através de agendamento, isso precisa ser explicado, como o caráter dela é um caráter de guarda, a atribuição é essa, não só recolher o material que é publicado no Brasil e aquilo que é de interesse nacional, temos programas de aquisição digital, como o Projeto Resgate, que aquilo que fala sobre o Brasil no mundo, como também outra atribuição precípua da instituição é a guardiã da memória, então, para ser guardiã é preciso fazer uma devida proteção, é um cuidado de rotina, cuidado nos mais diferentes sentidos, combater todos os riscos de incêndios, como combater todos os riscos de ataques, combater todos os os riscos de roubos, etc, isso gera também muitos cuidados, muitos protocolos a acesso, etc, por mais que a biblioteca tenha suas partes de franco acesso ao público, como por exemplo a Biblioteca Euclides da Cunha que é uma biblioteca de acesso ao público franco, temos também um espaço de leitor, uma sala de leitura, que sendo frequentada por grandes intelectuais, Carlos Drummond de Andrade tinha quase que uma cadeira cativa, era muito frequente, etc, então, também é um espaço também de leitura, mas seu fim fundamental é recolhimento daquilo que é produzido, a memória bibliográfica, textual, principalmente, mas também digital, como também aquilo que compreende uma difusão desse material através de pesquisa, através de leituras especializadas, e tudo mais, é aquilo se isso não é bem produzido, bem guardado, é difícil pensar em um conteúdo que possa ser versado num bom livro didático, num bom livro de pesquisa, porque é preciso ter o ano, que é uma pesquisa, que é um documento, é um livro que precisa ser protegido, precisa ter uma guarda perpétua, permanente, então é um ambiente público, para os brasileiros, para aqueles que tem interesse nesse conteúdo. Para finalizar, eu gostaria que o senhor falasse também sobre, se você acha que tem uma degradação na cultura, no costume de ler, e como que a Biblioteca Nacional poderia ajudar ou até mesmo combater e resguardar esse costume? Essa é uma preocupação geral, porque há uma crise civilizatória, essa crise inclusive supera muitas, até de atritos políticos, se a gente pensar no problema dessas instituições, como as universidades também, é um problema civilizatório, uma crise muito grande, nas instituições de educação e cultura e é preciso salvar essas instituições, porque elas tem um caráter permanente, elas tem um cuidado com aquilo que é permanente, há muitos vícios e houveram muitos vícios nas suas conduções e nas suas gestões e na maneira que elas foram apresentadas e como elas são apresentadas ao público, isso gerou um descompasso, então há um distanciamento, um desapreço pela alta cultura, isso promovido justamente por instituições também, você vê a linguagem sendo desfeita, o modo como um apelo muito forte pelo uso da neutralidade, vamos ser bem francos, "todes", por exemplo, virou uma base geral de catedráticos, professores universitários, isso é antagônico aquilo que se produziu em relação a alta cultura, porque não é para ser uma coisa inacessível, mas é porque é preciso apresentar um caráter hierárquico para as coisas, as coisas funcionam dessa maneira, é a natureza das coisa, isso não é para oprimir ou diminuir ninguém ao contrário, é para mostrar que há um processo de civilização, processo de evolução mesmo, sem menosprezar ninguém, mas dizer que há um esforço, uma dedicação para que algo seja bem cultivado, as coisas funcionam dessa maneira, nós temos um processo de desnaturação, de crise, porque há uma pressão, por uma espécie de igualitarismo, que massacra essas noções mais sensatas do que significa cultura, então é pensar como Machado de Assis, figura talvez ímpar na nossa cultura, negro, gago, filho de lavadeira, enfim com todas as dificuldades, mas ele elevou a cultura e mostrou é aqui que tem que se chegar, é aqui que tem que ser, alçar voo. Poderia muito bem, não faria isso, mas poderia equalizar as coisas no nível do resto do chão e não tornaria a letra que ele desenvolveu, a linguagem que ele desenvolveu, algo tão alto que todos queriam chegar até lá, esse é o propósito, mas uma vez, isso não é para criar andores inacessíveis, muitas vezes essas discussões elas formam, elas desenvolvem apenas na sua arquitetura esse tipo de imagem ética, o desafio é mostrar que esse tipo de situação deve servir para criar uma referência, você olhar aquilo como algo bom que vai aproximar do belo, do sensato, do perfeito, é por isso que a gente quando vê uma obra de arte, uma pintura, como algo que atinge um senso muito profundo na alma, é um desafio apresentar isso como algo bom, dentro de uma pressão supostamente democrática que equaliza as coisas de modo que confunde, cria mais confusões do que na verdade noções claras de como devemos encarar, enfim, que corresponde a educação, cultura, intelectualidade, tudo mais, eu diria que vivemos num momento muito complicado em relação a isso, que não é um fenômeno brasileiro, é um fenômeno mundial, isso se dá em diversos países, em diversas instituições, isso confunde um pouco as pessoas e penso que distancia o cidadão, as pessoas em geral daquilo que deve ser cultivado, porque se qualquer coisa é qualquer coisa, você não tem uma noção clara do que é mais precioso, então qualquer coisa, nós banalizamos, esse é o grande drama. Tem uma série de motivos porque isso aconteceu, enfim, espetacularização das coisas, um desenfreado fenômeno de democratização que teve seu lado positivo que geram um acesso amplo, e isso é fruto também de uma sociedade de massa é um processo de transformação cultural, especialmente do pós-guerra, mas que entrou em certos desafios de como condicionar esse amplo acesso, que é algo muito positivo, essa forma como todos podem encontrar essa elevação, ou aquilo que é de fato uma organização do pensamento que é mais elevado, não é simples resolver esse problema, mas isso está nas instituições e está na forma que as pessoas lidam com as instituições de cultura, de educação, especialmente, se não resolvermos isso a gente entra em uma enrascada, como temos entrado e entramos em contradições, porque não adianta nós compararmos se há 100 anos atrás o Brasil tinha, não me vem a mente agora os números precisos, mas se tínhamos uma quantidade expressiva da população analfabeta, mas hoje você tem uma quantidade expressiva de leitores, mas analfabetos funcionais é quase que a maioria, as pessoas não conseguem interpretar os textos, leituras muito fluidas, muito rápidas, sem nenhuma densidade, então quiçá o grau cultural que nos atinge seja inferior hoje do que a 100 anos atrás, quando se tinha menos dinheiro, menos recursos, isso se vê claramente o que nós produzíamos há décadas e até séculos atrás e o que tem se feito hoje com muito mais dinheiro, muito recurso, muito mais polpas, muito mais espetáculo, pouco desperdício se tem, não é um choro, um lamento saudosista, é uma visão do destino que nós estamos construindo, essa não é uma discussão simples, é um labirinto entrar nisso aqui, porque não é fácil, ao contrário, nós podemos resvalar em certos francos, coisas muito perigosas, mas ela precisa ser feita, ela precisa ser aguçada, porque as pessoas procuram essa elevação, parece que não, mas elas procuram, e se não há uma coisa muito clara no sentido disso, a gente se perde, então uma pergunta que você fez, incluindo no geral, o que a Biblioteca pode fazer? A Biblioteca precisa proteger o seu lugar, proteger sua memória, que é a memória do país, a memória do mundo, ela precisa apresentar aquilo que é canônico, aquilo que é clássico, aquilo que é exemplar, então, nós fazemos isso no cuidado que nós temos com os literários, no cuidado que nós temos em relação ao Prêmio Camões que é feito com Portugal, o cuidado que nós temos nos patrocínios a literatura que é traduzida para fora, no cuidado que é feito com as pesquisas que é feita aqui, no cuidado em relação a toda curadoria de acervo e tudo mais, nos projetos que temos, por exemplo, de recomendar uma literatura clássica para o público juvenil e tudo isso resguardando e consolidando esse papel, é preciso ter um lugar que mantenha essa preciosidade, essa noção de elevação, mais uma vez, sem regozijo, orgulhoso mas sem se achar mais que os outros, muito pelo contrário, todos aqui, nós servimos os demais, dentro de um propósito de cultivo e de demonstração de uma exemplaridade. Assista ao vídeo da entrevista
- Sobre o mundo que queremos ter
Hoje quero propor uma pequena reflexão sobre nossos anseios como nação. Embora pareça infantil o estilo da exposição da ideia, acredite, há uma profundidade considerável embutida no texto. Simples assim, quando queremos alçar lugares mais altos, nos prepararmos para isso. Se queremos um emprego ou algo do tipo primeiro nos fazemos ser dignos desse objetivo. Se temos algo de alto valor buscamos um local adequadamente nivelado a qualidade para depositarmos o conteúdo. Quando queremos um mundo próspero devemos ter atitudes condizentes e se queremos estar rodeados de pessoas de um determinado nível de caráter, assim devemos ser, e é aí que vem a reflexão: Somos o receptáculo adequado para conter e daí manifestar o mundo que queremos? Se sim, chegaremos lá com consciência e será possível ser duradoura a conquista; se não, não teremos norte e ficaremos como “Israel no deserto” tendo experiências variadas com o que for possível da terra prometida. É claro que não pretendo questionar nosso desejo quase instintivo de um Brasil melhor, pois isso se faz cada vez mais necessário e deve ser cultivado sempre, porém o mais premente é sermos cada um este país – internalizando a ideia – pois esse é o princípio para qualquer conquista. Me lembro de São João Batista, quando repetia com propriedade pelo deserto… “arrependei-vos pois é chegado o reino de Deus, e ele está entre nós” Ou o próprio Cristo quando dizia: “Se alguém quer vir após mim, tome a sua cruz e segue-me, e terás um tesouro no céu.” Em resumo, quem chegou ao destino sabe o caminho e nos legou a responsabilidade de saber fazer a nossa parte. Meu apelo é que reflitamos sobre quem nós somos e quão distante estamos em ações do país que queremos. Teríamos lugar nesse tão sonhado país? Basta observarmos a relações nas empresas, grupos, condomínios, entre outros exemplos de convivência necessária. Por fim, deixo uma reflexão: Sejamos cada um de nós este pequeno país ambulante e a partir de nós, “todas as demais coisas nos serão acrescentadas”.Além da reflexão que nos leva a religiosidade, a física quântica no mostra que, semelhante atrai semelhante. Que Deus abençoe nossa jornada!
- História do bairro Bangu
Fachada da Fábrica de Tecidos Bangu – Revista da Semana 11/11/1906 Bangu é um bairro da Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro, cujo nome deriva da palavra indígena “útang-û”, que significa anteparo escuro ou barreira negra, numa alusão à montanha ou à serra. Os registros históricos sobre Bangu destacam o papel de Manuel de Barcelos Domingues, primeiro a se interessar pelas terras desmembradas da paróquia de Nossa Senhora do Desterro de Campo Grande e torná-las produtivas. Foi também o fundador, em 1673, da então Fazenda Bangu, onde construiu uma capela, e também do Engenho da Serra, com a finalidade de produzir açúcar, álcool, cachaça e rapadura. A iniciativa e o sucesso de Manuel Domingues logo despertaram interesse de outros proprietários de roças vizinhas, dentre elas Piraquara, Retiro e Viegas, além de acender o interesse dos religiosos do Carmo pela região. Ao longo dos anos, o controle da Fazenda Bangu mudou de mãos diversas vezes, passando por João Manuel de Melo, João Freire Alemão, João Freire Tomás, Brites de Lemos, Gregório de Morais Castro, Ana Francisca de Castro Morais e Miranda, Gregório de Castro Morais e Sousa e Manuel Miguel Martins, o Barão de Itacuruçá. Com o crescimento da indústria têxtil no Rio de Janeiro, e baseados nas abundâncias de cachoeiras e nascentes em Bangu, imigrantes portugueses ligados ao comércio de tecidos resolveram montar ali uma fábrica, cuja inauguração foi realizada em 6 de fevereiro de 1889 com o nome de Companhia Progresso Industrial do Brasil, sob a presidência de Estevão José da Silva. Em 1891 surge o primeiro núcleo comercial, chamado de “Marco 6”, na região da Estação Guilherme da Silveira. Sobre o Marco 6, paira uma das mais curiosas citações de Roberto Assaf, no livro Bangu – Bairro Operário, estação de futebol e do samba. Já em 1893, começa a construção da Vila Operária, onde hoje fica a Av. Cônego de Vasconcelos. Em 1901 surge o primeiro grupo escolar (Ribeiro de Andrade). Em 1903 é fundado o Grupo Carnavalesco Flor de Lira e, em 1904, um grupo de operários ingleses e brasileiros funda o The Bangu Athletic Club. O ano de 1907 foi marcado pela fundação do Grêmio Philomático Rui Barbosa, a primeira casa voltada para a cultura e logo em seguida a Sociedade Musical Progresso do Bangu, que passaria a se chamar Cassino Bangu. Em 1909 foi criado o Grupo Carnavalesco Prazer das Morenas e, no ano seguinte, foi inaugurada a Igreja de São Sebastião e Santa Cecília. Em 1920 o Cinema Recreio encerra as atividades e é inaugurado o Cinema Bangu. Cinco anos mais tarde é a vez do Grêmio Literário Rui Barbosa, que substituiu o Grêmio Philomático. A partir da década de 1920, Bangu recebe diversos empreendimentos e instituições o que impulsiona o crescimento e seu desenvolvimento. Janeiro de 1945 é inaugurada a Igreja São Lourenço e em 1983 acontece a inauguração do Monumento dos Pracinhas, na Praça da Fé. Decreto de 10 de maio de 1995 determina o tombamento definitivo da Fábrica Bangu. Surge o calçadão de Bangu em 2004 e em 2007 as instalações da Fábrica Bangu torna-se o Shopping Bangu. Fonte: FBN e Diário do Rio
- No resgate da cultura humana a referência é a luz
Nas entre linhas da história, muitos seres humanos trabalharam, trabalham e trabalharão pelo resgate da cultura humana. Longe de querer fazer um apanhado histórico o foco do resto é reflexivo. Tenho conversado com muitas pessoas que se sentem desvalorizadas no seu esforço para manter de pé, o que há de cultura humana na atualidade. Estes, se sentem desanimados pela forte oposição - Não poderia ser diferente - e pelo sacrifício imposto pelo alto valor do propósito, mas o que falta à estes guerreiros para que a temperança seja uma constante em suas trilhas? Podemos pensar que um dos itens pode ser a própria motivação, ou seja, o que os move? Se o que os move for frágil, assim será sua constância, mas se estiver apoiado em valores universais, nada nem ninguém poderá atingir negativamente sua força. Quando me refiro ao apoio dos ideais me refiro a referência, gabarito, modelo, em fim ao que é clássico, atemporal; assim trago a luz como relação. Em Genesis 1:3 a bíblia nos mostra que Deus disse: Haja luz, repare que prefiro o criador nos trouxe luz e nada te a ver com a luz que nos permite enxergar, pois essa luz vem dos luminares criados posteriormente e das luzes artificiais, que nada tem a ver com a primeira luz. Considere que há a luz que nos permite ver o plano físico e a luz que nos permite enxergar o plano das ideias, ideias estas que são a essência de tudo. Nesse caso é está luz que devemos considerar, pois elas aponta para o que permanece, independente do que aconteça externamente, e assim devemos ser, como esta luz que permite ver o que está para além dos olhos físicos e por ninguém é vista; fica aqui mais uma reflexão: Alguém já viu a luz? Sabe sua forma, cor, textura, enfim.… O que podemos falar sobre a luz, se não que é algo misterioso que nos permite ver tudo, mas por ninguém é vista. Desejo a estes luminares do resgate cultural e portanto da base da nossa existência toda a força, poder, independência e discrição desta força da natureza, fundamental, inexorável, imparável, intocável por quem quer que seja. Assim seja tua personalidade, seja você um intelectual ou mesmo um cidadão simples como uma dona de casa (Refiro-me ao nível de atuação). Como disse o criador, "Haja luz"!!! Sejamos pois, luz para este momento tenebroso de nossa sociedade. Continuaremos com a ideia exposta na próxima edição. Que Deus abençoe nossa jornada!
- Sugestões culturais
Caderno Variedades da Revista Conhecimento & Cidadania Livro: O Caminho do Guerreiro Pacífico A vida de Dan Millman era quase perfeita: campeão mundial de ginástica, finalista numa das melhores universidades do mundo, não lhe faltavam amigos ou namoradas. Tinha porém pesadelos recorrentes com a morte, reflexo de uma depressão que a cada ano ganhava raízes mais profundas... Numa noite de insónia, a passear ao acaso, foi atraído pelas luzes de uma pequena estação de serviço, onde encontrou um misterioso homem de cabelos brancos... Esse homem, a quem chamou Sócrates, viria a transformar profundamente a sua vida. Ao longo de uma série de encontros, pôs em causa tudo aquilo em que o autor acreditava e mostrou-lhe o verdadeiro caminho para a paz interior. O Caminho do Guerreiro Pacífico é um marco da literatura de desenvolvimento pessoal. O livro parte do princípio de que todos nós temos um potencial muito maior do que pensamos e que, por medo ou insegurança, muitas vezes nunca o chegamos a explorar verdadeiramente. Neste livro o autor mostra como a consciência de nós próprios (a sabedoria do corpo) e a consciência do momento presente são um primeiro passo rumo à vivência plena das nossas capacidades. Dan enfrentou os fantasmas da ansiedade, mas também provações terríveis – como um acidente de mota que lhe deixou a perna desfeita. Com a ajuda de Sócrates, acabou por redescobrir a antiga destreza física e a capacidade de amar (e de ser amado). Filme: Rei Arthur Arthur é um líder relutante que deseja retornar para Roma e viver em paz. No entanto, ele parte em uma missão de resgate ao lado dos Cavaleiros da Távola Redonda quando o exército saxão está prestes a atacar. Música: Richard Wagner - Valquíria - Ato 1 ao 3 (Completa) Clique na imagem e ouça Wilhelm Richard Wagner – (Leipzig, 22 de maiode 1813—Veneza, 13 de fevereirode 1883) foi um maestro, compositor, diretor de teatroe ensaístaalemão, primeiramente conhecido por suas óperas(ou "dramas musicais", como ele posteriormente chamou). As composições de Wagner, particularmente essas do fim do período, são notáveis por suas texturas complexas, harmonias ricas e orquestração, e o elaborado uso de Leitmotiv: temas musicais associados com caráter individual, lugares, ideias ou outros elementos. Por não gostar da maioria das outras óperas de compositores, Wagner escreveu simultaneamente a música e libreto, para todos os seus trabalhos. Inicialmente estabeleceu sua reputação como um compositor de trabalhos como Der fliegende Holländere Tannhäuser, transformando assim as tradições românticas de Carl Maria von Webere Giacomo Meyerbeerem um pensamento operístico de seu conceito de Gesamtkunstwerk. Isso permitiu atingir a síntese de todas as artes poéticas, visuais, musicais e dramáticas e foi anunciada uma série de ensaios entre 1849 e 1852. Wagner percebeu esse conceito mais plenamente na primeira parte do monumental ciclo de quatro partes da ópera Der Ring des Nibelungen. Entretanto, seus pensamentos sobre a importância da música e drama mudaram novamente e ele reintroduziu algumas formas tradicionais da ópera em seu último estágio de trabalhos, incluindo Die Meistersinger von Nürnberg. Wagner foi o pioneiro em avanços da linguagem musical, tais como o cromatismo extremo e a rápida mudança dos centros tonais, que muito influenciou no desenvolvimento da música erudita europeia. Sua ópera Tristan und Isoldeé algumas vezes descrita como um marco do início da música moderna. A influência de Wagner vai além da música, é também sentida na filosofia, literatura, artes visuais e teatro. Ele teve sua própria casa de ópera, o Bayreuth Festspielhaus. Foi nessa casa que Ring e Parsifaltiveram suas premières mundiais e onde suas obras mais importantes continuam a ser produzidas até hoje, em um festival anual dirigido por seus descendentes. Sua extensa obra sobre música, drama e política tem atraído extensos comentários, em recentes décadas, especialmente onde existe o conteúdo anti-semita. Wagner conquistou tudo isso, apesar de viver até suas últimas décadas em exílio político, amores turbulentos, pobreza e fuga de seus credores. O impacto de suas ideias pode ser sentido em muitas artes do longo de todo o século XX. Poema: Rubem Alves Disseste tudo ao dizer: Quando a ausência de mim Fizer presença em meu ser, Visitarei a mim mesmo, Para não me afastar de você. Quando o peso do dever Em mim soterrar a alma Entre os escombros da vida, Quero flutuar qual pluma Na leve brisa da calma. Quando o dizer tiver o poder De revelar o que não quero, Paro a pluma, guardo a voz, Me rebelo no silêncio Para me manter sincero. Antes da noção do certo Se revelar um engano, Saio do cotidiano: Adentro em outras rotinas, Noutros mares vou pescar. Não quero porto seguro, Só âncora, vela e mar. Âncora para ser meu porto, Vela para me levar, Mar para, no litoral, As minhas ondas quebrar.
- Origem da Praça Seca
Bairro de Jacarepaguá A jaqueira centenária da Rua Baronesa em frente a Rua Içá é do tempo do Dr. Bernardino Marques da Cunha Bastos, falecido em 1910, engenheiro responsável pelos arruamentos da região. A árvore ficava dentro da sua propriedade, que ia até a Rua Japurá, na época chamada de Rua Adelaide, em homenagem à sua esposa. A região cortada pela Rua Cândido Benício chamava-se nos séculos passados e até início do século XX de Vale do Marangá. Essa várzea é formada a leste pelos morros da Bica, Inácio Dias e da Reunião. A oeste pelo Morro do Valqueire, pertencente à Serra do Engenho Velho: e, ainda, com isoladas elevações conhecidas como Morro da Chacrinha (na Estrada Comandante Luís Souto), Morro Santa Rosa (situado entre as ruas Cândido Benício e Francisco) e Morro do Silveira (na Rua Quiririm). No século XIX, o Morro da Bica (hoje, Fubá) tinha o nome de Marangá. A palavra marangá vem do tupi-guarani e significa campo de batalha ou lugar de combate. A origem desse topônimo remonta os tempos do Brasil colonial. É possível que alguma das batalhas entre portugueses e índios, estes fugindo do litoral para o sertão, ocorreu na região da Praça Seca. Outra hipótese é sobre a expedição de 1710 do francês Jean François Duclerc, que desembarcou em Guaratiba e fez penosa marcha pelo caminho de Jacarepaguá, onde teve muitas perdas em combates, antes da derrota final na entrada da cidade do Rio de Janeiro. Historiadores afirmam que ele passou pelo local da atual Estrada Grajaú-Jacarepaguá, pois lá foram encontrados, durante sua construção, canhões franceses daquele período. Porém, o francês tinha cerca de mil homens e um guia preto conhecedor profundo de Jacarepaguá. Assim, é viável que Duclerc enviasse outra frente pela atual Rua Cândido Benício, e ali acontecesse lutas de resistência. Talvez, uma das duas hipóteses seja a causa da origem do topônimo Vale do Marangá. A colonização das terras de Jacarepaguá começou no final do século do descobrimento do Brasil. Após a fundação da cidade do Rio de Janeiro em 1565 por Estácio de Sá, sobrinho do Governador Mem de Sá, e a expulsão definitiva do Francês Villegagnon, outro sobrinho de Mem de Sá governou o Rio de Janeiro: Salvador Correia de Sá. Filho de Felipa de Sá, irmã de Mem de Sá, e de Gonçalo Correia de Sá, ele exerceu o cargo de governador em dois períodos: de 1567 a 1572 e de 1578 a 1598. Quase no final do seu último governo, em setembro de 1594, concedeu aos filhos Martim e Gonçalo duas sesmarias em Jacarepaguá. A sesmaria do Gonçalo Correia de Sá compreendia as terras desde a Barra da Tijuca, passando pela Freguesia e Taquara, até o Campinho. A sesmaria do Martim Correia de Sá era do Camorim até o Recreio dos Bandeirantes, incluindo a grande faixa litorânea. O Gonçalo ocupou sua sesmaria no ano da concessão, fundando engenhos de açúcar. O Martim, ao contrário, dedicou-se a política, inclusive, foi governador do Rio de Janeiro nos períodos de 1602 a 1608 e 1629 a 1632. Por isso, deixou praticamente abandonada a sesmaria de Jacarepaguá. Esses fatos são os responsáveis pela transformação rápida das terras do Gonçalo em complexo urbano, enquanto as do irmão Martim até os dias de hoje ainda têm grandes vestígios rurais. O topônimo Jacarepaguá deriva-se de três palavras do tupi-guarani: yakare (jacaré), upa (lagoa) e guá (baixa) - "a baixa lagoa dos jacarés". Na época do descobrimento e da colonização, as lagoas da Baixada de Jacarepaguá eram repletas de jacarés, daí o nome. Quando Gonçalo Correia de Sá fundou os primeiros engenhos na atual Freguesia, começou a surgir habitações nas imediações, principalmente onde hoje é a Porta D"Água (Largo da Freguesia). Esse povoado recebeu o nome de Jacarepaguá, em virtude da proximidade das lagoas. Ao passar dos anos, as terras vizinhas também foram chamadas pelo mesmo nome. Nas primeiras décadas do século XVII, a Porta D"Água possuía razoável densidade populacional. Na época, Gonçalo Correia de Sá desmembrou parte da sua sesmaria em foros, surgindo, assim, grandes propriedades. Numa delas, na fazenda do Padre Manuel de Araújo, ergueu-se, também no século XVII, no alto de um penhasco, a Igreja Nossa Senhora da Pena. Com o desenvolvimento do lugar, foi criada, em 6 de março de 1661, a freguesia de Nossa Senhora do Loreto de Jacarepaguá. Essa freguesia foi a quarta do Rio de Janeiro. A primeira foi a freguesia de São Sebastião, instituída no dia 20 de janeiro de 1569, quatro anos após a fundação da cidade. A segunda, em 1634, foi a da Candelária. E a terceira foi a freguesia de Irajá em 1644. A matriz da freguesia de Nossa Senhora do Loreto foi construída em 1664 pelo Padre Manuel de Araújo. As terras de Jacarepaguá eram ligadas com a freguesia de São Sebastião (atual Centro da Cidade) pelo caminho da Fazenda de Santa Cruz (propriedade dos jesuítas). No século XVIII, a fazenda passou a pertencer à Coroa Portuguesa, quando era governador do Rio de Janeiro Gomes Freire de Andrada, o Conde de Bobadela. Então, o caminho recebeu o nome de Estrada Real de Santa Cruz, cuja denominação durou até 1917, no governo do Prefeito Amaro Cavalcânti, quando seu longo trecho mudou para outras designações, muitas existentes nos dias de hoje: Rua São Luís Gonzaga, Avenida Suburbana (2) , Rua Coronel Rangel (em 1950, mudou para Avenida Ernâni Cardoso), Estrada Intendente Magalhães (em 1962, cedeu parte para a atual Avenida Marechal Fontenele), Avenida Santa Cruz e Avenida Cesário de Melo (nome dado em 1930 a antigo trecho da Avenida Santa Cruz). A Estrada Intendente Magalhães, inclusive, foi trecho inicial da antiga Estrada Rio São Paulo de 1928 a 1950. Na altura da antiga Fazenda do Campinho, de propriedade de Dona Rosa Maria dos Santos no século XIX, existia um entrocamento, que deu origem ao Largo do Campinho nos tempos coloniais. Esse cruzamento ligava a Estrada Real de Santa Cruz a duas regiões distintas: com a freguesia de Irajá ao norte e com a freguesia de Nossa Senhora do Loreto ao sul, pela antiga Estrada de Jacarepaguá (atual Rua Cândido Benício). Após o Tanque, o viajante seguia pela Estrada da Freguesia (hoje Avenida Geremário Dantas). A Estrada de Jacarepaguá atravessava todo o Vale do Marangá, que por isso também acabou fazendo parte de Jacarepaguá. O vale era passagem obrigatória dos tropeiros e carruagens, que se dirigiam da freguesia do Loreto para Irajá ou para a cidade. O Largo do Campinho estava na rota dos que vinha de São Paulo e Minas Gerais em direção ao Rio de Janeiro. Lá existia famosa estalagem, onde hoje é a garagem e posto de gasolina Rio- São Paulo. Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, pernoitou diversas vezes nessa hospedaria. Inclusive, no dia 9 de maio de 1789, dormiu lá pela última vez, quando se dirigia da Vila Rica (hoje, Rio Preto) para o Rio de Janeiro. No dia seguinte foi preso na Rua dos Latoeiros (atual Rua Gonçalves Dias) e nunca mais retornou pela sua tão conhecida Estrada Real de Santa Cruz. Só saiu da prisão para o enforcamento no dia 21 de abril de 1792. As duas sesmarias de Jacarepaguá passaram a ter um único proprietário ainda no século XVII. Após a morte de Gonçalo Correia de Sá, a sua mulher e filha, respectivamente, Dona Esperança e Dona Vitória, venderam as terras do esposo e pai, em 1634, para o General Salvador Correia de Sá e Benevides, filho de Martim Correia de Sá e sobrinho de Gonçalo. O general também herdou a outra sesmaria, com o falecimento do pai em 1636. Assim, ele ficou dono absoluto de toda a região, inclusive o Vale do Marangá. O General Salvador Correia de Sá e Benevides, depois da compra da parte do seu tio Gonçalo, passou a morar na casa-grande do Engenho D"Água, que ficou sendo a sede de todas as propriedades. Naquele tempo, Jacarepaguá já estava bastante dividido em foros. Na segunda metade do século XVII, ele fundou, no Vale do Marangá, a Fazenda do Engenho de Fora, situada na antiga Estrada de Jacarepaguá. O engenho de Fora estendia-se pelo lado esquerdo da estrada, do Campinho ao Tanque, incluindo as áreas dos atuais morros da Bica (Fubá), Inácio Dias e Reunião. A sede ficava numa colina atrás do atual IPASE, no Mato Alto. Junto dela, edificada no século XVII, também existia a capela de Nossa Senhora da Conceição. No século XIX, essas construções desapareceram. No mesmo lugar, em 1894, foi construída a Vila Albano por Albano Raimundo da Fonseca Marques, que ainda exista e pode ser vista da Rua Cândido Benício. O General Salvador Correia de Sá e Benevides faleceu em Lisboa aos 94 anos de idade, em janeiro de 1688, trinta anos depois de ter sido governador geral do sul do Brasil. Deixou as terras de Jacarepaguá para o filho Martim Correia de Sá e Benevides, que foi o primeiro Visconde de Asseca e alcaide-mor do Rio de Janeiro. Mais tarde, no século XVIII, o quarto Visconde de Asseca, também com nome de Martim Correia de Sá e Benevides e neto do General Sá e Benevides, herdou as propriedades. O quarto Visconde de Asseca, nascido em Jacarepaguá em 1698 e falecido em 1777, foi o responsável pelos primeiros vestígios de povoamento da região da atual Praça Seca. Nos meados do século XVIII, foi aberto um caminho secundário para ligar a Estrada Real de Santa Cruz com a Estrada de Jacarepaguá, a fim de diminuir o percurso entre o Engenho de Fora e as terras dos Magalhães, que margeavam as Estrada de Santa Cruz, do Campinho até Realengo. O último dono dessa fazenda foi o Tenente-Coronel Carlos José de Azevedo Magalhães. Em sua homenagem o logradouro recebeu em 1917 o nome de Estrada Intendente Magalhães. Ele foi o candidato mais votado para a Intendência Municipal (atual Câmara dos Vereadores) no ano de 1899. No ponto da bifurcação do novo caminho com a Estrada de Jacarepaguá surgiu um largo, que recebeu o nome de Largo do Asseca, em homenagem ao dono das terras da região, o quarto Visconde de Asseca. Por metaplasmo popular houve a supressão das duas primeiras letras, e o lugar ficou conhecido como Seca, inclusive também por ter a primeira camada do solo constituída de areia. Mesmo depois de ampliada, a localidade sempre foi chamada de Praça Seca. O caminho que deu origem ao local foi designado, mais tarde, de Estrada do Macaco, em virtude de limitar parte da fazenda do mesmo nome. A Estrada do Macaco pode ser reconhecida hoje em dia pelo seu antigo trajeto: Rua Quiririm, desde a esquina da Estrada Intendente Magalhães até a Rua Luís Beltrão. A partir dessa rua até a Praça Seca. Com a morte do quarto Visconde de Asseca em 1777, as terras do Vale do Marangá (fazendas do Engenho de Fora e do Macaco) passaram a pertencer à família Teles Barreto de Menezes, ancestrais do Barão da Taquara. Antes de comprar o Engenho de Fora e outras terras em Jacarepaguá, a família Teles Barreto de Menezes era proprietária da Fazenda da Taquara. No século XVII, o dono era Francisco Teles Barreto de Menezes, juiz de órfãos e casado com Dona Inez de Andrade Souto Maior. No século XVIII, o domínio da fazenda passou pelos descendentes primogênitos até chegar a outro Francisco Teles Barreto de Menezes, bisavô do Barão da Taquara, que morreu no dia 13 de dezembro de 1806, alguns dias depois do falecimento da esposa, Dona Francisca Joaquina de Oliveira Brito, ocorrido em 6 de dezembro de 1806. O casal deixou seis filhos herdeiros: Luiz Teles Barreto de Menezes (avô do Barão da Taquara), Ana Inocência Teles de Menezes, Maria Rosa Teles de Menezes, Catarina Josefa de Andrade Teles, Mariana Penha França Teles e Escolástica Maria de Oliveira Teles. Procedendo-se o inventário, coube como legítima proprietária das terras da Fazenda da Taquara a inventariante Dona Ana Inocência Teles de Menezes. Ela casou-se com João Alves Pinto, que morreu em 28 de fevereiro de 1828. Em 16 de novembro de 1836, também faleceu Dona Ana Inocência Teles de Menezes. Como não teve filho e com os irmãos falecidos, deixou como única herdeira a sua sobrinha Dona Ana Maria Teles de Menezes, filha de Luiz Teles Barreto de Menezes e Dona Maria Felicidade de Gama Freitas. A Dona Ana Maria Teles de Menezes era casada com Francisco Pinto da Fonseca, português e comendador da Ordem da Rosa. O casal teve dois filhos: Dona Francisca Rosa da Fonseca Teles de Menezes e Francisco Pinto da Fonseca Teles, que mais tarde recebeu o título de Barão da Taquara. Dona Ana Maria faleceu em 31 de outubro de 1840, um ano após o nascimento do Barão da Taquara. Assim, o Comendador Francisco Pinto da Fonseca tornou-se dono absoluto da Fazenda da Taquara e de vários engenhos espalhados em Jacarepaguá, que os antepassados da esposa haviam adquirido através dos anos., inclusive o Engenho de Fora e a Fazenda do Macaco, no Vale do Marangá. O Comendador Pinto faleceu em 23 de fevereiro de 1865, legando todas as propriedades agrícolas para o filho Francisco Pinto da Fonseca Teles, o Barão da Taquara. O Barão da Taquara nasceu em 25 de outubro de 1839. Quando assumiu a direção da Fazenda da Taquara tinha apenas 23 anos de idade e tornou-se dono da maioria das terras de Jacarepaguá. Possuía muitos engenhos. Os principais, além do Engenho da Taquara, eram o Engenho D"Água e o Engenho de Fora. Desde menino, era assíduo visitante da Quinta da Boa Vista, pois seu pai era guarda-roupa do Imperador Dom Pedro II. Assim, manteve laços fraternais com a família imperial, inclusive o Imperador foi seu padrinho de batismo. Mais tarde, Dom Pedro II frequentou a Fazenda da Taquara, acompanhado da esposa, Imperatriz Dona Teresa Cristina, onde passaram muitas férias anuais. A irmã do Imperador, a Princesa Dona Leopoldina, também se hospedou na fazenda, para se recuperar de doença grave. Em 1864, o Barão da Taquara foi distinguido com o título de Moço Honorário da Imperial Guarda-Roupa. Em 1865, foi nomeado Tenente-Coronel e Comandante do 7º Batalhão de Infantaria da Guarda Nacional, onde atuou durante a Guerra do Paraguai. Pelos relevantes serviços prestados nessa guerra, recebeu o título de Comendador da Ordem da Rosa. O Imperador Dom Pedro II outorgou-lhe o título de Barão da Taquara em 21 de outubro de 1882, por sua dedicação ao povo de Jacarepaguá. O Barão da Taquara realmente pode ser considerado o Patriarca de Jacarepaguá. Além das terras que doou aos empregados e amigos, ele manteve muitas escolas e consertava logradouros públicos, como aconteceu na antiga Estrada de Jacarepaguá, no Vale do Marangá. Ainda muito jovem, ele casou-se com Joana Maria Penna, com a qual nasceram os três primeiros filhos: Emília Joana, Maria Luiz e Jerônimo Pinto. Cerca de vinte anos mais tarde, em 3 de maio de 1881, esposou Dona Leopoldina Francisca de Andrade, que no ano seguinte passou a ser chamada de Baronesa da Taquara, em virtude do título recebido pelo marido. A Baronesa nasceu no dia 1º de agosto de 1862. Seus pais (José Nogueira de Souza e Ana Teresa de Andrade Souza) possuíam grandes propriedades em Santa Cruz. Foi lá que conheceu o Barão da Taquara, que, além das terras de Jacarepaguá, tinha campos de criação de gado em Santa Cruz. Com a Baronesa da Taquara, nasceram mais dois filhos do Barão: em 1882, Francisco Pinto da Fonseca Teles; e, em1884, Ana Teles. Esta casou-se com Alfredo Rudge e teve três filhos: Francisco José, Elza e Raul. Francisco Pinto da Fonseca Teles, que se formou em medicina, casou-se com a sobrinha Maria Emília Marques, filha de Emília Joana. Desse matrimônio, nasceu um único filho: Francisco Taquara da Fonseca Teles. O Barão da Taquara faleceu aos 78 anos de idade, no dia 30 de agosto de 1918, em sua residência da cidade, no Largo do Paço (atual Praça 15 de Novembro). No dia seguinte, houve missa de corpo presente na capela da Fazenda da Taquara. À tarde, foi sepultado no Cemitério do Pechincha no jazigo da família. Ao seu enterro, além da grande massa popular, compareceram membros do governo republicano, ministros e representantes da câmaras federal e municipal. As terras da região da Praça Seca, ele legou para os filhos da primeira mulher: Emília Joana, Maria Luiza e Jerônimo Pinto. Para a Baronesa e os dois filhos com ela, deixou as terras da Taquara, Freguesia e do resto da grande planície de Jacarepaguá. A Baronesa da Taquara continuou, durante décadas, com o trabalho filantrópico do marido.. Era chamada de "a mãe dos pobres". Ela faleceu aos 97 anos de idade, no dia 23 de dezembro de 1960. Seu filho, Francisco Pinto da Fonseca Teles, morreu anos antes, no dia 31 de julho de 1955. Sua filha, Ana Teles Rudge, faleceu aos 85 anos de idade, no dia 8 de dezembro de 1969. Atualmente, as antigas terras do Barão da Taquara estão loteadas e densamente povoadas. Mas existem as casas-sedes da Fazenda da Taquara e do Engenho D"Água, que foram tombadas pelo Patrimônio Histórico e pertencem aos seus descendentes. A casa da Fazenda da Taquara fica na Estrada Rodrigues Caldas. A casa-sede do antigo Engenho D"Água situa-se numa colina perto da Cidade de Deus, fim da Estrada do Gabinal e início da Avenida Alvorada. As carruagens, diligências, tropas de cargas e solitários ou grupos de cavaleiros eram os meios de transportes normais para os habitantes da região da Praça Seca chegar à cidade, através da Estrada Real de Santa Cruz. A partir de 1858, com a construção da Estrada de Ferro Dom Pedro II (rebatizada em 1889, com a Proclamação da República, com o nome de Estrada de Ferro Central do Brasil), o trem passou a ser a melhor opção para essa população. Considerado a grande novidade do mundo do século XIX, o trem possuía velocidade espantosa para a época. Era de vagões de madeira e locomotiva impulsionada a vapor, que foi logo apelidada pelo povo de "maria fumaça". Com a presença do Imperador Dom Pedro II, a estrada de ferro foi inaugurada no dia 29 de março de 1858, inclusive também a estação de Cascadura, a mais próxima de Jacarepaguá. Essa estação ficava exatamente no ponto em que a Estrada Real de Santa Cruz cruzava com a estrada de ferro. Por longos anos, no local existiu uma cancela. Em 1930, no Governo do Presidente Washington Luís, foi construída a atual ponte. A inauguração da estação de Madureira foi anos depois, já na República, no dia 15 de junho de 1890. O trem de fato revolucionou o modo de vida das populações afastadas do centro da cidade. Antes, só se locomovia para longe, a fim de tratar assuntos importantes ou trabalhar. A partir da chegada do trem, esses habitantes passaram a usá-lo em busca do lazer em lugares distantes. Em 1868, junto à estação de São Francisco Xavier, o Conde Herzberg fundou o Jockey Club. No início, eram realizadas quatro corridas de cavalos anuais, com a presença da família imperial. O povo de Jacarepaguá servia-se do trem, para ir ao hipódromo. O próprio Barão da Taquara, apaixonado pelas corridas, ia de trem com a família. Ele, inclusive, possuía cavalos no prado. Um com o nome de Macaco venceu inúmeros páreos. Em 1884, o Barão participou da fundação do Derby Club, outra entidade do hipismo, juntamente com o Dr. André Gustavo Paulo de Frontin. O Derby Club ficava situado onde hoje é o Estádio do Maracanã. Com a fusão do Jockey Club e Derby Club surgiu o atual Jockey Clube Brasileiro, na Gávea. O primeiro trecho da estrada de ferro iniciava no Campo de Sant"Anna e terminava no Pouso de Queimados. Alguns trens, porém, só iam até Cascadura e voltavam para a estação do Campo, numa operação giratória vagão por vagão. Mais tarde, no final do século XIX, foi inaugurada a estação de Dona Clara, que acabou com o sistema giratório, pois a linha férrea saia da sua rota normal, para fazer uma grande curva em torno dessa estação, que ficava onde hoje é a Praça Patriarca, em Madureira. Essa estação foi construída na antiga chácara de Dona Clara Simões. Todas as terras de Madureira, do Campinho até a Estrada da Portela, pertenciam a Dona Rosa Maria dos Santos, era a Fazenda do Campinho. Dona Rosa faleceu em 1846. Ainda em vida, dividiu parte da sua propriedade a parentes e pessoas amigas. Uns que receberam lotes foram o inventariante Domingos Lopes Cunha e o amigo de Dona Rosa, Vitorino Simões. Mais tarde, Domingos Lopes casou-se com a filha do Vitorino, a Dona Clara Simões. Em 1937, com a eletrificação da Estrada de Ferro Central do Brasil, a estação de Dona Clara foi desativada, já que os trens elétricos não precisavam dar a volta. Em março de 1875, o acesso de Jacarepaguá para a estação do trem melhorou bastante, com a implantação dos bondes de tração animal, que partiam de Cascadura e atravessavam o Vale do Marangá, pela antiga Estrada de Jacarepaguá (hoje Rua Cândido Benício). A Companhia Ferro-Carril de Jacarepaguá (como era chamada) foi construída e explorada por Etiene Campos. Primeiramente, os bondes ligavam Cascadura ao Tanque. Depois, houve prolongamentos para a Freguesia e Taquara. Na época dos bondes puxados a burro, a vegetação do Vale do Marangá era muito espessa, e o clima bastante frio. O lugar hoje conhecido como Mato Alto era chamado de Sibéria, no século passado. Inclusive, no inverno, em todo o trecho da Estrada de Jacarepaguá, o nevoeiro era tão denso que nas manhãs, mesmo com sol, era difícil ver do bonde as pessoas na calçada. Na época, quem dirigia o bonde era chamado de cocheiro. Ele conhecia os horários dos habitantes da região, parava nas portas das casas, tocava a sineta e esperava o passageiro chegar. Em abril de 1911, a Light comprou a companhia de bondes do Etiene Campos. Nesse mesmo ano, eletrificou alguns trechos. Nos bondes elétricos, a pessoa que dirigia é claro que não podia ser denominado cocheiro. Passou a ser conhecido como motorneiro. Quem cobrava as passagens era o condutor. Em 1912, um ano após a eletrificação, o bonde de Jacarepaguá serviu de cortejo fúnebre do líder republicano, Senador Quintino Bocaiúva. Ele possuía uma chácara no subúrbio, na estação de Cupertino, que atualmente tem o seu nome. A casa ainda existe, numa colina da Rua Goiás, quase em frente à estação. Antes de morrer, Quintino pediu para ser enterrado no Cemitério de Jacarepaguá. O féretro vaio da cidade. Primeiro, no trem da Central. Depois, no bonde de Cascadura até o Pechincha, acompanhado pelo então Presidente da República, Marechal Hermes da Fonseca. Os bondes marcaram época na região. Antes, só existiam eles. Depois, surgiram os lotações e, a seguir, os ônibus. O bonde 90 era o Taquara. O Freguesia era o 91. Em condições extraordinárias, colocava-se na linha o bonde 89, Largo do Tanque. O Praça Barão da Taquara era o 88 e ia até o Méier, após subir a ponte de Cascadura. Os outros retornavam de Cascadura e faziam o ,contorno num terreno da Rua Nerval de Gouveia. Os bondes de Jacarepaguá foram desativados no Governo de Carlos Lacerda em 1964. O Engenho de Fora começou a perder sua unidade no princípio da segunda metade do século XIX com a abertura da Estrada do Marangá (hoje Rua Pedro Teles), que cortava grande parte do engenho. Não chegava a ser perfeita paralela à Estrada de Jacarepaguá, pois se aproximava mais de semicírculo em relação a outra. Iniciava na própria Estrada de Jacarepaguá na altura onde hoje é a Rua Capitão Menezes e terminava na mesma estrada onde atualmente se localiza o IPASE. A Estrada de Jacarepaguá, que nos primeiros tempo tinha seu lado esquerdo de ponta a ponta as terras do Engenho de Fora, nos meados do século XIX já possuía grandes áreas desmembradas, que davam fundos para a Estrada do Marangá. No lado direito, se localizava a Fazenda do Macaco, que formava quase um triângulo com as estradas de Jacarepaguá, Macaco (hoje Rua Quiririm) e Real Santa Cruz (hoje Intendente Magalhães). O primeiro loteamento no antigo Vale do Marangá, em lotes bem menores, foi realizado no início da década de 1890 pelo Barão da Taquara. Foram abertas sete ruas e a Estrada de Jacarepaguá passou a ser chamada de Cândido Benício, homenagem do Barão da Taquara ao amigo e político mais votado nas eleições de 1892 para a intendência municipal, que residia naquele logradouro. Três das novas ruas ficavam perto do Largo do Campinho do lado direito da Rua Cândido Benício, atravessando parte das terras da Fazenda do Macaco: Comendador Pinto, Ana Teles e Pinto Teles. Em 1900, estas ruas foram prolongadas até o Morro da Bica (Fubá). As outras quatro ruas construídas pelo Barão foram: Baronesa, Barão, Emília (hoje Florianópolis) e Albano. Todas terminavam na antiga Estrada do Marangá. As ruas Albano e Emília começavam no lado esquerdo da Cândido Benício, pois os prolongamentos para o lado direito só foram realizados em 1906. As ruas Barão e Baronesa eram as únicas que na década de 1890 atravessavam a Cândido Benício. No meio das duas, também no início da década de 1890, o Barão da Taquara construiu grande praça no lugar do pequeno Largo do Asseca (ou Seca). Naquela época, passou a ser chamada de Praça 25 de Outubro, data do aniversário do Barão. Entre 1906 e 1909, o Barão realizou outro loteamento no Vale do Marangá, bem mais amplo do que o primeiro, surgindo dezenas de ruas nas fazendas do Macaco e Engenho de Fora. O autor do traçado foi o engenheiro Bernardino Marques da Cunha Bastos, que era sogro do Gastão Taveira e do Januário Acácio (Rei da Banha). O Dr. Bernardino foi negociante de café e delegado de polícia de Jacarepaguá. Em homenagem ao plano de arruamento do Vale do Marangá, o Dr. Bernardino hoje é nome de rua no local. Um ano após terminar o seu trabalho, no dia 9 de outubro de 1910, Bernardino Marques da Cunha Bastos faleceu. Dos novos logradouros, a Rua Capitão Menezes era a maior e se estendia por grande parte da Fazenda do Macaco e Engenho de Fora. Uma parte desse loteamento, o Barão deixou para a sua filha Emília Joana, do Mato Alto até a Rua Capitão Menezes. A outra parte, da Rua Capitão Menezes até o Campinho, para a filha Maria Luiza. O filho Jerônimo Pinto ficou com as terras do Morro da Reunião, no Tanque. Na época do loteamento, todas as ruas eram de barro, inclusive a Rua Cândido Benício, apesar da linha do bonde, que foi pavimentada no final da década de 1920. A maioria, porém, só foi calçada nos anos 50. Na década de 1910, somente três moradores da região da Praça Seca possuíam automóveis: Gastão Taveira, Francisco Albano da Fonseca Marques e Lauro Müller. Num dia de muita chuva e também muita lama, o carro do Senador Lauro Müller ficou atolado na Rua Cândido Benício em frente à fazenda do Capitão Machado. Foi preciso uma parelha de burros para tirar o veículo da lama. Fonte: O melhor do Bairro
- Contrato
Caderno Direito nas Escolas na Revista Conhecimento & Cidadania O contrato tem uma função social, pois dele decorre a circulação de riqueza. Pode ser também considerado uma convecção, que é um acordo entre duas ou mais pessoas com finalidade jurídica, que cria uma obrigação. Ou seja, tecnicamente, o contrato é um negócio jurídico bilateral que cria obrigação. Por isso, está diretamente ligado com as funções desempenhadas pelo corretor de imóveis: é por meio dos diversos tipos de contratos (compra e venda, aluguel, permuta) que o cliente, por intervenção e auxílio do corretor, celebrará um acordo de vontades. De acordo com artigo 108 do Código Civil, a validade do negócio jurídico requer: I – agente capaz; II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; III – forma prescrita ou não defesa em lei. Espécies de Contratos O contrato típico é aquele que tem um regramento específico prescrito no ordenamento jurídico, regulamentado pelo Código Civil. É o caso de contratos de doação e contratos de compra e venda, por exemplo. O contrato atípico celebra negócios bilaterais cujo perfil não se amolda a nenhuma das espécies contratuais prescritas pelo sistema jurídico. Isso significa que é celebrado livremente, nos princípios da autonomia privada. Muitas vezes, reúnem-se elementos de vários contratos para a formação de um negócio bilateral novo. Os negócios jurídicos podem ser unilaterais, como o testamento e a promessa de recompensa; ou bilaterais, como o contrato de empréstimo e o contrato de compra e venda. São contratos bilaterais os que impõem às partes obrigações e direitos recíprocos. Por conseguinte, passam as partes a cumular, concomitantemente, a função de credor e devedor uma da outra, o que tipicamente acontece no contrato de compra e venda. Já os contratos unilaterais se caracterizam por acarretar dever de prestação para apenas um dos contratantes. Típico exemplo é o testamento. A doutrina conceitua o contrato gratuito como aquele que se contrapõe ao contrato oneroso. Nos contratos gratuitos, à prestação de uma parte corresponde apenas vantagem da outra. Exemplo é a doação. Ao contrário, em virtude do contrato oneroso, ambas as partes auferem vantagens recíprocas. Apenas os contratos onerosos (aqueles em que cada uma das partes espera um prestar recíproco, atributivo de vantagens específicas de parte a parte) contêm o caráter fundamental da vida comercial, relacionado com troca e especulação. O contrato comutativo é de prestação certa e determinada. Em uma compra e venda, por exemplo, o comprador sabe o valor daquilo que receberá e o preço que terá que pagar, enquanto o vendedor já sabe o valor da coisa que vendeu e o valor que recebeu por ela. Já o contrato aleatório é aquele que está ligado à sorte, ao risco, ao acaso. É o caso da compra de um bilhete de loteria. O comprador paga o preço certo, cumprindo a sua prestação, mas qual será a prestação do vendedor? Ele não sabe quanto terá de pagar ou se terá de pagar, enquanto o comprador não sabe quanto receberá e se receberá. O contrato paritário é aquele em que ambas as partes de comum acordo fixam as regras. Exemplo: um contrato de prestação de serviço de manutenção de condomínio. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas são fixadas unilateralmente por um dos contratantes e aceitas em massa pelo outro, que nada pode reclamar. Exemplo: o contrato de abertura de uma conta em um banco já vem impresso, e o cliente nem o gerente têm o poder de alterá-lo. O contrato instantâneo é aquele que se consuma em apenas um ato. Assemelha-se ao diferido, só que o ato neste é futuro. Exemplo: compra e venda à vista. O trato sucessivo é aquele que vai se realizando em partes. Exemplo: prestação de serviços. O contrato personalíssimo é realizado em atenção ao estado de certa pessoa. Não pode ser cedido por ato entre vivos ou causa morte. O contrato impessoal é aquele que não leva em conta exclusivamente o estado pessoal de certo contratante. O contrato individual diz respeito ao interesse de apenas uma pessoa. Exemplo: na compra e venda, uma pessoa pode contratar outra. O contrato coletivo representa uma gama de pessoas, uma coletividade. Exemplo: convenções coletivas de classe de trabalhadores. Contratos principais têm existência própria, como de compra e venda e de locação. Os contratos acessórios dependem dos primeiros para existirem, como é o caso, por exemplo, de uma cláusula penal. Contratos solenes têm uma forma a ser respeitada. Exemplos: escritura pública na alienação de imóvel, testamento. O contrato não solene não obedece a qualquer forma legal. Exemplos: comodato e contrato de locação. Contratos consensuais são aqueles que perfazem com o consentimento. Os contratos reais se aperfeiçoam com a tradição. Exemplos: compra de bens imóveis, depósito e comodato. Contratos nominados são previstos em lei. Exemplos: contratos de compra e venda, de doação e de locação. Contratos inominados não têm previsão legal e exigem uma minuciosa especificação dos direitos e das obrigações de cada parte. Resultam de acordo de vontades, não tendo, porém, as suas características e requisitos definidos e regulados em lei. Contratos mistos resultam da união de vários contratos, formando um novo contrato inominado. Os contratos coligados surgem da união de outros, mas mantêm as características de seus originadores. Exemplo: contrato celebrado pelas distribuidoras de petróleo com postos de gasolina, que engloba outras questões interligadas, como fornecimento de combustível, arrendamento de bombas e locação de prédios.
- No resgate da cultura humana a referência é a luz
Continuação Continuaremos a ideia proposta na edição anterior onde procuro levar a reflexão sobre a luz que queremos ter, ser primeiro, a luz que devemos ser. Muitos, ditos conservadores, têm tentado trazer o espírito revolucionário como um meio de solucionar nossos problemas atuais, porém, há que sabermos que as revoluções nunca resolveram problemas sociopolíticos, e sim, causaram um grande estrago na pouca ordem que deveria ser estabelecida antes de qualquer de tentativa de trazer algo novo e melhor. Penso que concordamos que se trouxéssemos apenas pouco de ordem, primeiro em nós e depois na sociedade, teríamos um grande número de nossos problemas resolvidos, pois como em qualquer ambiente, nunca devemos nos propor a fazer cumprir sua função sem antes organizarmos e promover que cada um saiba seu papel. Lembro que os cidadãos se quer sabem qual seu papel, pois pensam que é apenas votar e depois cobrar seus representantes. Para além disso, temos que ter bem clara nossa posição, por exemplo: Cada um de nós deveria antes mesmo de discutir política, deveríamos estudar e fazer política, seja ela partidária, de mandato ou mesmo de gabinete. Por esse motivo, esta revista, como veículo de ascensão cultural, disponibiliza um brilhante caderno chamado: Direito nas escolas, que tem como finalidade trazer noções de direito aos jovens para que se enriqueçam a respeito de seus direitos e deveres, mas não há ali a adesão que gostaríamos de ver, porém sabemos o valor da mensagem e dia a dia, vamos levando essa luz tão necessária e que em algum momento será notada e poderá ser um instrumento poderoso no resgate cultural dos nossos jovens. Estamos trabalhando em livros, revistas, dicas culturais e até mesmo nos aproximando da trilha da política para qualificarmos estes espaços que outrora deixamos livres e então, os mal-intencionados os usassem para propósitos nada humanos. Nós conservadores sabemos que não será fácil e nem rápido o resgate que desejamos, mas com convicção, constância e firmeza de propósito, chegaremos lá, se não nós, nossos filhos, netos, bisnetos, em fim, não é sobre quem vai usufruir de um mundo novo e melhor e sim, sobre promovê-lo para que numa corrente inquebrável os que virão e os nossos estarão entre eles possam estar inseridos nele. Não é sobre pessoas, mas sobre ideias, e são elas que no fazem vibrar cada vez mais; a cada momento que conseguimos encaixar mais uma pedra desse quebra cabeças. Hoje mais que ontem já conseguimos ver a imagem que tanto importa para nós direcionar e animar em direção ao nosso alvo: Um mundo novo e melhor. Por tanto, não devemos esmorecer e muito menos desistir, para tanto, tenhamos essa ideia, não fora, mas dentro de nós para que onde quer que vamos, levemos esta experiência aos outros. Que Deus abençoe nossa jornada!
- Tijuca
Na época do descobrimento do Brasil, os primeiros exploradores que chegaram nesta região ouviram dos índios a expressão "Tijuca", que na língua tupi quer dizer charco, pântano, alagadiço. De fato toda área ao pé no maciço da Tijuca e da serra do Andaraí era um grande pântano, que até o governo do marquês de Pombal, administrador da colônia no reinado de dom José I, pertencia aos jesuítas. Sua rica história se confunde com a da própria fundação da cidade, a partir da expulsão dos franceses, em 1565. Passado o evento, Estácio de Sá doou uma área muito extensa à Companhia de Jesus. Nela, os jesuítas implantaram dois grandes engenhos de açúcar: o Engenho Velho e o Engenho Novo. Passados quase 200 anos, em 1759, tudo o que pertencia à ordem religiosa foi incorporado aos bens públicos e, com isso, as terras com melhor localização foram arrendadas a famílias abastadas, brasileiras ou estrangeiras. Essas fazendas e chácaras tinham a seu favor a proximidade com o verde e a altitude, o que era ideal para fugir do calor e, também, das epidemias recorrentes, concentradas no entorno do Centro. O acesso difícil ao relevo montanhoso do Maciço da Tijuca manteve o local praticamente intocado até mesmo para os habitantes originais da região, que eram os índios tupinambás, também conhecidos como tamoios. No entanto, apesar do péssimo estado dos caminhos até o Alto da Boa Vista, no século XIX já havia quem organizasse passeios e excursões até lá. Segundo a historiadora Lili Oliveira, em 1810 o conde Gestas veio da França e comprou um sítio na área onde hoje fica a Floresta da Tijuca, o qual batizou de Boa Vista. Passou a cultivar café, cana-de-açúcar, hortaliças e frutas, além de criar vacas da Normandia e fabricar manteiga e creme fresco. A imperatriz Leopoldina, primeira esposa de d. Pedro I, costumava cavalgar da Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, ao Sítio Boa Vista, para estudar botânica e cuidar de sua coleção de orquídeas. Outro francês que se encantou com a beleza do lugar foi Nicolas Antoine Taunay, membro da Missão Francesa, que chegou em 1816. O pintor comprou do conde Gestas um terreno, no ano seguinte. Graças à clareira aberta por ele para construir sua residência é que se abriu a vista para a cascatinha, batizada de Cascatinha Taunay, em sua homenagem. Em médio prazo, a atividade resultou na devastação da floresta e na consequente ameaça aos mananciais que abasteciam a cidade. Por esse motivo, o governo imperial determinou o reflorestamento da região a partir de 1840, só efetivamente implementado por d. Pedro II a partir de 1861. Quem esteve à frente do projeto até 1874 foi o major Manoel Gomes Archer, primeiro administrador da floresta. Na primeira fase da recuperação, contava apenas com seis escravos: Maria, Leopoldo, Eleutério, Constantino, Manuel e Mateus. Numa segunda fase, 22 trabalhadores assalariados foram incorporados à equipe. O Parque Nacional da Tijuca foi criado pelo Decreto nº 50.932, em 6 de julho de 1961. A partir do início do século XIX, devido à fartura de água e às extensas áreas livres disponíveis na região, várias indústrias começaram a se instalar na Tijuca. Elas fabricavam tecidos, chapéus, rapé, cigarros, cervejas, laticínios, conservas, gelo e papel, entre outros produtos. Décadas mais tarde, as instalações desativadas passaram a abrigar hipermercados ou shopping centers. Segundo o Censo do IBGE de 2010, a população do bairro é de 163.805 pessoas. Quanto às faixas etárias, os idosos compõem 24,13% desse total (39.531), enquanto os jovens até 24 anos chegam a 25,83% (42.307). As mulheres são maioria numérica, chegando a 56,31% (92.240). A denominação, delimitação e codificação do bairro foram estabelecidas pelo Decreto nº 3.158, de 23 de julho de 1981, com alterações do Decreto nº 5.280, de 23 de agosto de 1985.











