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O custo de vida e o custo da vida

Desde criança ouço falar sobre o custo de vida, hora alto, hora relativamente baixo, porém sempre é o radical dos assuntos que dizem respeito a política.


O custo de vida e o custo da vida

A economia ramo que abarca esse tema, tem sido explorada de várias maneiras pelos agentes do estado, mídia, empresariado e os interessados.

Há que considerar a importância de proporcionar à população um custo de vida adequado aos seus ganhos financeiros e nisso todos concordamos.

Além da cesta básica, lazer, saúde, vestimentas, segurança, etc... também compõem o custo de vida.

Se há um sonho para nossa sociedade nesse momento histórico é poder viver dignamente e esse é um anseio legítimo.

Com tudo, quero chamar atenção para um outro aspecto tão ou mais importante, que é o custo da vida.

Quando tratamos do custo de vida, nós abordamos o aspecto físico -material- da vida, pois é o que nossa educação nos impõe, faz séculos; mas quer propor uma abertura da visão sobre a vida e como sempre, uma reflexão.

É fato que estamos lutando por um país melhor? Sim, mas em que aspecto? Pois o materialismo já se mostrou um fracasso para a dignidade humana.

No campo sociopolítico, temos que lutar incessantemente pela nossa qualidade de vida?

Sim, mas de que vida estamos falando?

Seria uma existência materialista que só nos faria parecer cada vez mais como animais, que dominados pelos instintos, buscam apenas, caçar, comer, beber, brincar e procriar?

Penso ter deixado claro que quando falamos em “custo de vida” falamos do aspecto materialista da vida, e tudo bem, pois é real este aspecto da vida.

Porém, não nos esqueçamos que existe também pelo menos mais um aspecto da vida ao qual devemos nos atentar; o aspecto conhecido como espiritual, que também é legítimo e mesmo com seus vários conceitos, indiscutivelmente real para o serviço humano, e é aí que tudo muda.

Conhecido também como aspecto sutil, o aspecto espiritual, caso seja ignorado, pode comprometer toda a vida, seja ela material ou espiritual.

Vejamos: temos dedicado todo nosso esforço, energia e intelecto para conquistarmos um padrão de vida ideal porém tudo que temos conseguido são algumas migalhas que o materialismo nos proporciona após algumas pequenas vitórias que são sempre muito passageiras e muito dependentes do contexto histórico, onde ora a demanda é pela moralização do judiciário, pela vida, contra o aborto entre outras demandas, e embora a vitória seja certa, porque não temos tido tanto sucesso quanto esperávamos na nossa luta contra esses aspectos negativos?

Vamos refletir?

Em Romanos 12:21 o apóstolo Paulo nos recomenda uma tática infalível para termos sucesso na empreitada da vida, e é o seguinte “conselho”: “Não vos deixeis vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem”.

O de está o valor lógico desse versículo?

Vejamos: se a minha luta é contra alguém que prática o mal logo se minha atitude julga ser contrária ela deve ser impulsionada pelo amor movida por sentimentos nobres pois se luto contra alguém que praticou ódio odiando-o logo estou dando força ao próprio ódio.

Não parece claro?

Ser vivo em uma sociedade onde o materialismo impõe seus resultados e a sociedade então vive de tal forma desonesta, violenta e desumana se preciso que essa sociedade tome um caminho contrário devo apresentar elementos, que nos leve a uma conversão que nesse caso eliminarão os sintomas que citei acima.

Ouço muitas pessoas que ao mencionarem suas lutas contra a determinadas personalidades ou até mesmo instituições, destilam o seu ódio e raiva, com vontade muitas vezes de eliminar a vida de seus oponentes, portanto se de um lado vejo os resultados de quem opera o próprio ódio, como poderei eu querer combater os resultados do ódio sendo eu o portador do ódio? Não nos parece este o conceito de loucura? " Fazer a mesma coisa esperando resultado diferente".

Talvez aí esteja um ponto importante para reflexão, se queremos um mundo melhor temos que apresentar pensamentos, sentimentos e atitudes melhores pois não podemos combater o mal com o próprio mal, do contrário iremos apenas nos deparar com o mal do outro ou com o nosso próprio mal; e por ignorância caminhamos dando força àquilo que queremos eliminar.

Talvez o mundo esteja cada vez mais difícil, materialista e com tantos sentimentos negativos porque de alguma forma colaboramos com isso quando nos deparando com tais atitudes, agimos da mesma forma pensando que agimos com força contrária, mas estamos no mesmo fluxo, apenas nos iludindo.

E aí está o radical da nossa reflexão; quanto custa da vida agirmos errado pensando em melhorar o nosso custo de vida? Quanta saúde tem alguém que vive baseado no ódio, nos sentimentos mais baixos? Quanto de vida tem alguém que segue no caminho contrário dos sentimentos que quer ver nascer no mundo?

Pensemos sobre como queremos justificar nossa luta, se com valores altivos ou com a pobreza das mais baixas emoções…

Sejamos nós então os portadores dos elementos que faltam à nossa sociedade, caso contrário seríamos como o cão que corre atrás do rabo, pois aquele que busca justificar sua vida fora daquilo que lhe é próprio, está morto mesmo sem saber, e isso serve para nossos ideais.

Nesta questão, há muitos que dizem que Cristo veio ao mundo e de nada adiantou, pois o mundo está cada vez pior, porém sabemos que ele foi vitorioso, pois sem sua presença talvez nem estivéssemos aqui hoje.

Lembremos que ele não veio para fazer por nós, mas para nos mostrar o caminho e é inexorável que uma vez por seu caminho, não cheguemos ao paraíso.

Que Deus abençoe nossa jornada!


Artigo publicado na Revista Conhecimento & Cidadania Vol. III N.º 43 - ISSN 2764-3867


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