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FAHRENHEIT 451

A idade média e a atualidade

FAHRENHEIT 451

Fahrenheit 451 é uma obra de Ray Bradbury. Trata-se de um romance visionário publicado em 1953. A obra descreve uma sociedade em que os livros foram proscritos, e que o simples fato de manter em casa, obras literárias ou filosóficas, constitui-se num crime.

Sem querer expor o enredo do livro que tem também um filme homônimo dirigido por François Truffaut, destaco minha recomendação para a leitura da obra que certamente trará boas reflexões aos leitores.

O livro traz um comportamento de uma sociedade que embora a distância cronológica, em linhas gerais não é diferente do comportamento na idade média.

Controle do pensamento, queima de livros, instituições do estado sendo usadas para impor ao cidadão, seus ditames, vigilância severa sobre as pessoas, censura, venenos sendo produzidos para uso do interesse do sistema e até vizinhos e parentes sendo denunciados ao sistema.

Enquanto isso, atuavam também no cenário, verdadeiros heróis que com inteligência lutam para manter de pé os valores humanos que serão a semente para um mundo novo e melhor.

Embora a obra seja uma ficção e trate do futuro, já vimos este mesmo enredo em fatos na chamada idade média; onde as pessoas sofriam com todas essas ações típicas do contexto histórico onde a corrupção era generalizada em todos os sentidos.

Até o sistema de justiça era recheado de falsas acusações, imputação de crimes com leis um tanto subjetivas.

Não pretendo trazer um texto histórico, mesmo porque temos vasto conteúdo nas bibliotecas para os amantes do tema, mas trazer como sempre me proponho, uma reflexão para que a partir dela possamos ter ideias próprias sobre nosso momento histórico.

Qualquer leitor das obras sobre ela idade média sabe que era comum o sistema de justiça punir severamente os mais pobres e dar penas mais brandas para os mais abastados; discriminação era muito comum onde mulheres, judeus, estrangeiros e os chamados “pagãos” faziam parte de uma categoria que sofria constantemente com falsas acusações.

A educação era seletiva, e na saúde era comum morrer sem tratamento adequado, a mortalidade infantil era altíssima e somente a chamada, nobreza – cuja a palavra tinha seu significado corrompido) o que também era muito como à época, tinha uma vida ideal, além daqueles que hoje conhecemos como funcionários público do alto escalão.

Imaginemos um cenário onde toda essa situação fosse agregada muito, mas muito mais dinheiro, pensamento ideológico refinado e muita tecnologia; como temos hoje, podemos pensar que vivemos em uma idade média requintada?

Na filosofia da história, define-se idade média, um período de tempo entre uma civilização e outra.

Lembrando que a última civilização que consideramos foi Roma, e não sabemos quando ou se haverá uma outra…

Com tudo, nossos dias são muito semelhantes àqueles citados no romance ou nos anais da história.

Fica uma reflexão: O que manteve aqueles homens e mulheres firmes, constantes, convictos e irredutíveis quanto aos valores humanos que como naquela época, somos tão carentes nos dias de hoje?

Assim como naqueles dias, hoje, temos disponíveis esses heróis?

Lembro também que muitos deles, como, Giordano Bruno, foram eliminados pela liderança da época; outros presos, outros fugiram, mas nem por isso deixaram de cumprir seu propósito.

De algum modo reconheciam uns aos outros como numa linguagem própria, intuitiva, que os faziam ter uma ou outra chance de portaram os valores humanos, e, em algum tempo propício oferecer aos que com eles assumisse este sacro ofício.

Embora a tradição fosse oral, nem mesmos eliminados os homens e mulheres portadores dos “tais conhecimentos” - pois as pessoas eram os livros da época – conseguiram seu intento.

Penso que se vivêssemos um momento histórico semelhante, a única chance que teríamos seria o amor, as virtudes e a verdadeira moral, resultado desse amor; o que nos manteria inabaláveis como outrora fizeram os apóstolos, por exemplo.

Para regar esta mensagem, deixo o texto bíblico de 1 Cor 15:58, em que parafraseando o apóstolo São Paulo diz o texto:

"Portanto, meus amados, sejam firmes e constantes, sempre abundantes no propósito, sabendo que a vossa obra não será em vão."


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Artigo publicado na Revista Conhecimento & Cidadania Vol. IV N.º 54 edição de Maio de 2025 – ISSN 2764-3867




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