Os pioneiros da região da Praça Seca
As ruas da região e quem foi homenageado
Rua Barão em 1930
No início do século XX, O Morro Inácio Dias tinha bonito visual, com densa floresta e muitas nascentes. Lá embaixo, no Vale do Marangá, os pioneiros da região possuíam vida bem diferente dos dias de hoje. O cavalo era o auxiliar mais importante do homem. Tudo era feito com ele, inclusive passeios. As mercadorias eram entregues a cavalo: correios, leiteiros, quitandeiros, tripeiros e vassoureiros. Muitas pessoas que hoje são nomes de ruas viveram e confraternizaram-se entre si na região da Praça Seca nessa época. Eles viram surgir o loteamento do vale e, ainda vivos, a homenagem de Ter os nomes vinculados às ruas, devido ao pioneirismo.
A casa onde morou Cândido Benício da Silva Moreira ainda existe. Atualmente, funciona o Educandário Nossa Senhora da Vitória, na Rua Cândido Benício número 2.610, em frente ao IPASE. Quando o Cândido Benício construiu aquela casa, em 1885, o logradouro ainda se chamava Estrada de Jacarepaguá. Na década seguinte, por iniciativa do Barão da Taquara, a rua recebeu o nome atual, em virtude dos serviços prestados ao povo de Jacarepaguá pelo jovem médico e político Cândido Benício da Silva Moreira. Ele nasceu em Niterói. No dia 9 de novembro de 1864. Concluiu, com brilhantismo, o curso de humanidades do Colégio Dom Pedro II e se formou pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, em 1885. A tese de doutorado foi apresentada no dia 5 de setembro de 1885: “Estudo Crítico das Operações Reclamadas pelas Coartações Uretrais”. Essa tese foi publicada pela Tipografia Carioca e existe um exemplar na Biblioteca Nacional. Foi interno no Hospital da Misericórdia da Corte, e, depois de passar em diversos hospitais, exerceu os cargos de delegado da Inspetoria Geral de Higiene e delegado de higiene de Jacarepaguá.
No dia 30 de outubro de 1892, Cândido Benício recebeu nas urnas verdadeira consagração popular, sendo eleito para o primeiro Conselho Municipal do Distrito Federal. Tomou posse no dia 2 de dezembro de 1892, em sessão de gala do conselho, presidido por Cândido Barata Ribeiro. Depois disso, ainda vivo, sentiu a gratidão popular ao ser dado seu nome à rua onde morava. Cândido Benício faleceu bem jovem aos 33 anos de idade, no dia 19 de dezembro de 1897. O féretro saiu da sua residência na Rua Cândido Benício para o Cemitério do Pechincha, com a presença, entre outras personalidades, do Barão e Baronesa da Taquara. Cândido Benício era casado com Dona Ana (Nicota), descendente da família Rangel de Vasconcelos, de muita tradição em Irajá. O pai de Dona Ana foi D"Antas Rangel de Vasconcelos, antigo intendente (vereador) do Distrito Federal. O seu avô foi o Coronel Rangel de Vasconcelos. A Avenida Ernâni de Cardoso antes se chamava Coronel Rangel em sua homenagem. O irmão de Dona Ana, Carlos D"Antas de Vasconcelos, inclusive, batizou o seu filho com o nome do cunhado: Cândido Benício Rangel de Vasconcelos, que foi promotor da justiça militar. Carlos tinha mais duas filhas: Clarinda e Carlinda.
Emília Joana, nascida na Fazenda da Taquara, no dia 6 de outubro de 1861, foi a primeira filha de Francisco Pinto da Fonseca Teles, que, mais tarde receberia o título de Barão da Taquara. Sua mãe, Joana Maria da Penna, faleceu muito jovem. Quando Emília Joana se casou com o português Albano Raimundo da Fonseca Marques, foi morar no antigo Engenho de Fora, propriedade do pai, o Barão da Taquara. O Albano, no mesmo lugar da antiga sede do engenho, edificou a Vila Albano em 1894, bem mais moderna do que a construção anterior. O Albano nasceu em Portugal no dia 29 de agosto de 1852, veio para o Brasil com apenas 13 anos de idade e faleceu, na Vila Albano, em 18 de agosto de 1903. O casal teve seis filhos, todos nascidos na região da Praça Seca: Francisco (o Chiquinho), Maria Emília (a Mocinha), Albano (o Juca), José (o Zezé), Leocádia (a Cidinha) e Antônio (o Toninho). Como os filhos, Emília Joana também tinha apelido: Miloca.
O primogênito Francisco Pinto da Fonseca Marques nasceu quando Emília Joana tinha 19 anos de idade, em 1880. O Chiquinho casou-se com Joana França. Dessa união nasceram três filhos: Albano Raimundo, Maria Cristina e Marina (esposa do Ministro Álvaro Dias), todo foram morar na Zona Sul do Rio de Janeiro. Francisco Pinto faleceu aos 42 anos de idade em 17 de novembro de 1922. A Maria Emília (a Mocinha) casou-se com o tio, Francisco Pinto da Fonseca Teles, filho do Barão e a Baronesa. O casal teve apenas um filho: Francisco da Taquara da Fonseca Teles. O Zezé, outro filho de Dona Emília, casou-se com a irmã do Washington Bueno, Dona Consuelo Bueno da Fonseca Marques, que tiveram um filho: Paulo Bueno. O Antônio (o Toninho) também deixou uma neta para a Dona Emília: Marília Geanini da Fonseca. Juca e Candinha permaneceram solteiros. A Candinha, inclusive, morou com a mãe até ela falecer. Em 1918, com a morte do Barão da Taquara, Emília (já viúva) herdou parte da antiga Fazenda do Engenho de Fora. As terras foram vendidas aos poucos. Quando Dona Emília Joana morreu no bairro do Flamengo no dia 18 de março de 1949, aos 87 anos de idade, não possuía mais nada na Praça Seca.
As propriedade do Mato Alto, incluindo a Vila Albano, foram vendidas no final da década de 1930, por intermédio do seu filho Zezé, ao jornalista da extinta A Noite, Geraldo Rocha. Este, em dezembro de 1943, revendeu a grande área para o IPASE. Somente a partir de 1956, no Governo de Juscelino Kubitschek, começou a construção do atual conjunto habitacional. Em 1958, chegaram os primeiros moradores. Em 1962, houve grande invasão, quando muitas famílias ocuparam os apartamentos vazios. Em 1978, o IPASE passou a pertencer ao INPS (atual INSS). Assim, todas as terras do Mato Alto fazem parte do patrimônio do IAPAS, mas o conjunto não deixou de ser conhecido como IPASE do Mato Alto. Em abril de 1944, meses após o IPASE comprar a área, o Instituto convidou José Floriano de Souza Portas para morar na Vila Albano, a fim de tomar conta das terras. Atualmente, sua viúva, a octagenária Dulce de Abreu Porta, ainda mora lá com os filhos e mais cinco família de funcionários do IAPAS. Dona Dulce é filha de Celestino Fortunato de Abreu, antigo comerciante da região da Praça Seca, no início do século XX. O Celestino possuía um armazém na esquina das ruas Dr. Bernardino e Japurá. Em 1924, ele vendeu o prédio, quando passou a ser a carvoaria, que existe até os dias de hoje.
Dona Maria Luiza da Fonseca Menezes, irmã de Dona Emília, portanto, filha do Barão da Taquara com Joana Maria da Penna, era casada com Jerônimo Alpoim da Silva Menezes, o Capitão Menezes. O Barão da Taquara deixou para o casal a outra parte do Engenho de Fora, da atual Rua Capitão Menezes até a Rua Comendador Pinto, e a antiga Fazenda do Macaco, inclusive, o Morro Santa Rosa (localizado no final do Beco Mário Pereira). O Capitão Menezes nasceu em Portugal e faleceu aos 72 anos de idade em 1923. A Dona Maria Luiza nasceu na Fazenda da Taquara em 1865 e faleceu no dia 22 de fevereiro de 1935. Ambos, morreram numa casa que ainda existe na Rua Cândido Benício número 650, que eles construíram na década de 1910, após o grande loteamento das terras. Até a morte de Dona Maria Luiza, ao redor desse prédio, havia grande área arborizada, que ia até a esquina da Rua Pinto Teles. O imóvel era conhecido como sítio do Capitão Menezes.
O Capitão Menezes e Dona Maria Luiza tiveram três filhos: Jerônimo, Bernardino e Joana. Jerônimo era pianista e compositor. Ele faleceu muito jovem, na gripe espanhola em 1918. Bernardino vendeu muitas das terras, após a morte do pai em 1923. Ele casou-se com Arinda Sarres e teve um único filho: Sérgio da Fonseca Menezes. Bernardino faleceu em 26 de março de 1952. Sua esposa e filho morreram recentemente. A filha do Capitão Menezes chamava-se Joana, mas era conhecida pelo nome de Jane. Foi uma das moças mais bonita de Jacarepaguá nas primeiras décadas do século XX. A Jane casou-se com o delegado de polícia Washington Bueno. O casal teve três filhos: Luciano, Osmani e Maurício. O Washington Bueno faleceu em 17 de maio de 1939. Anos depois, a Joana (ou Jane, como gostava de ser chamada), voltou a se casar com Carlos Afonso Botelho Filho, com o qual não teve filhos. A Jane faleceu em 3 de junho de 1949. Os seus três filhos morreram recentemente. Dois deles têm descendentes na região da Praça Seca. A esposa do Osmani, Dona Mercedes Surrage Bueno, reside na Rua Japurá, com as filhas Jane e Ângela Maria. Essas filhas do Osmani vem a ser trinetas do Barão da Taquara e bisnetas do Capitão Menezes e Dona Maria Luiza. No IPASE do Mato Alto, moram Dona Geralda, esposa do Luciano; e os filho Roberto, Sérgio e Sônia Regina, que também são trinetos do Barão da Taquara e bisnetos do Capitão Menezes e Dona Maria Luiza. O Maurício, quando solteiro, morou com a avó na Rua Cândido Benício, mas, depois de casado, residiu sempre na Baixada Fluminense. Com a esposa Carmem, que é irmã de Dona Geralda, teve cinco filhos.
O terceiro filho do Barão da Taquara com Joana Maria da Penna foi Jerônimo Pinto da Fonseca, que nasceu em 1873 e faleceu em 14 de abril de 1930. O Barão deixou para ele a parte das terras do Engenho de Fora situada no Tanque, inclusive o Morro da Reunião. O Jerônimo Pinto foi um dos primeiros administradores do Cemitério do Pechincha. Casou-se com Elvira Barbosa da Fonseca, com a qual teve oito filhos: Francisco, Fausto, Nélson, Lauro, Maria José, Olímpio, Dulce e Sílvia.
Um dos primeiros desmembramentos do Engenho de Fora se deu na Estrada de Jacarepaguá, perto do Largo do Campinho. Nos dias de hoje, pode-se identificar essas terras pelas seguintes dimensões: ao fundo, o morro; na frente, a Rua Cândido Benício: e nas laterais, as ruas Francisco Gifoni e Comendador Pinto. O foreiro dessa propriedade foi mo agricultor Lodovico Teles Barbosa, plantador de café daquela área. O Ludovico foi bisavô do Geremário Dantas, famoso morador daquelas paragens, desde a infância no final do século XIX até as primeiras décadas do século XX, quando se tornou político bastante conhecido. O terreno do atual Externato Geremário Dantas, inclusive, foi doado, após sua morte, para as irmãs da Sociedade das Filhas de Nossa Senhora do Sagrado construir esse estabelecimento de ensino. Antônio Geremário Teles Dantas nasceu no dia 24 de setembro de 1889, na Fazenda do Valqueire, que era cultivada pelo seu avô materno, Francisco Teles (o Chico Teles). A Fazenda do Valqueire ficava na Estrada Real de Santa Cruz (hoje Intendente Magalhães).
Em 1927, os proprietários da fazenda (a propriedade era alugada ao Chico Teles) realizaram o loteamento da área, com ruas largas e nomes de flores, que continuou com a designação de Valqueire.
Na época do nascimento do Geremário Dantas, seus pais já residiam na Rua Cândido Benício, mas a mãe (Dona Francina Teles de Morais Barbosa) foi para a fazenda ao aproximara a hora do parto. O pai do Geremário, Francisco Dantas de Morais Barbosa, foi professor em Jacarepaguá. O casal teve outro filho: Francisco Prisco Dantas, que faleceu em 1955. O Francisco Prisco morou numa casa, por ele construída em 1919, ao lado do atual Externato Geremário Dantas, mas que na época era uma casa vizinha da residência dos pais. Esse imóvel, que até a década de 1980 ,tinha uma oficina de automóveis nos fundos do terreno, foi vendido pelos descendente de Francisco Prisco em 1985, e derrubado no mesmo ano. No segundo casamento do seu pai, com Anália Paranhos, o Geremário teve mais quatro irmãos: Anália, Moacir, Zenaide e Francisco. Todos habitaram, com Geremário e o pai, a casa da Rua Cândido Benício. O Geremário foi advogado, jornalista e escritor. Escreveu muito livros sobre café e política. Foi intendente (vereador) municipal e secretário de fazenda do antigo Distrito Federal (Rio), nos governos dos prefeitos Alaor Prata e Antônio Prado Júnior. Em 9 de julho de 1925, casou-se com Maria da Glória de Sá Freire Dantas, filha do político Milcíades Mário de Sá Freire (prefeito no Governo de Epitácio Pessoa de 1919 a 1920).Depois de casado, Geremário Dantas foi morar na Rua José Higino, na Tijuca, bairro em que residiam os pais da esposa. O casal só teve um filho: Francisco Geremário de Sá Freire Dantas. O Geremário morreu em Petrópolis em 20 de fevereiro de 1935, vítima de leucemia. No dia seguinte, foi sepultado no Cemitério do Pechincha. Um ano depois, em 1936, a antiga Estrada da Freguesia passou a ser chamada de Avenida Geremário Dantas. Sua esposa, Maria da Glória, faleceu em 1975 aos 82 anos de idade, e ocupa o mausoléu ao lado do marido, no Pechincha.
Outro político que habitou o Vale do Marangá nas virada do século XIX para o XX foi o senador Lauro Severiano Müller. Nascido em Florianópolis e diversas vezes governador de Santa Catarina, ele possuía duas moradias no Rio de Janeiro (a capital federal), pois, além de senador, foi Ministro da Viação no Governo do Presidente Rodrigues Alves de 1902 a 1906. Uma residência era nas Laranjeiras. A outra na atual Rua Florianópolis, onde hoje é a Beneficência Portuguesa. O logradouro, que se chamava Emília, passou a ser Florianópolis, após a morte de Lauro Müller em 1926, numa homenagem à cidade em que nasceu. A Rua Emília só não recebeu seu nome, pois já existia na região a Rua Lauro Müller (atual Rua Dias Vieira), onde ele possuía um sítio.
A propriedade do senador Lauro Müller na Rua Emília somava cerca de 150 mil metros quadrados, na qual o ministro construiu, no final do século XIX, uma casa assobradada com cinco janelas de frente, onde se avistava todo o Vale do Marangá (hoje em dia, nesse prédio funciona a secretaria e administração dos sanatórios da Beneficência). Lá o senador catarinense viveu com a família, nas duas primeiras décadas do século XX. Ele era casado com Dona Luiza Andrade Müller e tinha três filhos: Lito, Laurita e Antônio Pedro. Além desses, existia um filho de criação, Galdino José da Silva, que herdou fração das terras do lado da Rua Albano. A maior parte das terras (127 metros quadrados) Lauro Müller vendeu em 27 de outubro de 1923, para a Beneficência Portuguesa. A entidade manteve o casarão e edificou, em diversas épocas, os atuais anexos. Quatro desses pavilhões(um misto, dois femininos e um masculino) formam o sanatório de geriatria. Os outros dois (um masculino e outro feminino) são do sanatório de psiquiatria. Ao fazer esses seis blocos, a Beneficência acompanhou a arquitetura do prédio antigo. O sanatório de geriatria foi inaugurado em 1980, ocupando o lugar do sanatório de tuberculose, que a Beneficência transferiu para outro bairro.
O sítio do Lauro Müller na atual Rua Dias Vieira foi comparado em 1903 em área desmembrada do Engenho de Fora e pode ser reconhecido nos dias de hoje por dois retângulos. Um formado pelas atuais ruas Dias Vieira, Espírito Santo e Carlos Gros, tendo ao fundo o morro. O outro, pelas ruas Dias Vieira, Espírito Santo, Capitão Menezes e Maricá. Lauro Müller vendeu essas terras em 1923 à Companhia Proprietária Brasileira, que as revendeu em loteamento.
Esquina da Rua Cândido Benício com a Praça Barão da Taquara, primeira metade do século XX
Outro ilustre habitante do Vale, no início do século XX, foi o Capitão Francisco da Silveira Machado, que possuía um sítio na Rua Cândido Benício, com 58 mil metros quadrados. O Capitão Machado era sobrinho do General Pinheiro Machado, o maior político brasileiro dos primordios da República. Pinheiro Machado visitava muito as terras do sobrinho na Praça Seca, onde passeava quase sempre montando o cavalo Pachá. O general teve morte trágica em 1915: apunhalado pelas costas por Mauro Paiva, no saguão do Hotel dos Estrangeiros. O Capitão Machado, gaúcho como o tio, nasceu em 1864. Estabeleceu-se em Jacarepaguá em 1900, na Estrada do Pau Ferro, no Pechincha. Depois, em 1902, veio para a Rua Cândido Benício, onde expandiu o trabalho de criador e negociante de animais (burros e cavalos). Vendia os cavalos ao exército e os burros, à prefeitura. Dos cavalos fora de venda, para seu uso, o mais famoso foi mo Pachá, que ganhou o 1º Prêmio da Exposição Internacional de 1908, realizada na Praia Vermelha. O treinador do Pachá era o João Felizardo Alves, o João Paradela. O Pachá morreu em 1921 e foi enterrado na própria fazendinha do capitão. As terras do Capitão Machado ficavam situadas desde o atual Supermercado Leão, na esquina da Rua Capitão Menezes com Rua Cândido Benício até junto às lojas do Osório, na esquina da Rua Dr. Bernardino. Os fundos davam para a Rua Pedro Teles. As áreas hoje ocupadas pelo Jacarepaguá Tênis Clube e diversas casas da Rua Capitão Menezes também faziam parte da fazendinha.
O Capitão Machado faleceu aos 67 anos de idade no dia 17 de março de 1931. Sua família continuou com as propriedades até 1938, quando começaram os fracionamentos. A área da Rua Capitão Menezes e Beco Mário Pereira (inclusive, onde é hoje o Jacarepaguá Tênis Clube) foi loteada pela Companhia Territorial Riachuelo. Os desmembramentos que deram origem à Rua Guaporanga foram feitos pelo antigo Banco Oliveira Roxo. A outra grande área, onde ficava a casa-sede da fazendinha, foi vendida a Marcelino Martins Filho, exportador de café. Em 1953, o Marcelino loteou essas terras, surgindo as ruas Dr. Jacundino Barreto e General Vóssio Brígido. A primeira residência desse loteamento foi a do Comandante Francisco Frota, na Rua Dr. Jacundino Barreto, que ficou pronta em 1956. Baltazar, um dos filhos do Capitão Machado, até a pouco tempo morava no que restou das terras do pai, em uma casa antiga no meio de grande terreno, em frente ao Jacarepaguá Tênis Clube. Na década de 1970, ele vendeu esse imóvel, onde foi construído enorme edifício na Rua Cândido Benício número 1.201, inaugurado em 1979. O Baltazar atualmente mora na Zona Sul. O Salvador Machado (o Machadinho), que foi comissário de polícia muito conhecido no bairro, é o único filho do Capitão Machado que ainda reside na região, na Rua Capitão Menezes. Outros filhos: Francisco, que mora no Engenho de dentro; Andreia e Idalea.
O principal responsável pela descaracterização rural da Praça Seca foi sem dúvida o Gastão Taveira. A partir dos primeiros anos do século XX, com suas edificações, inaugurou a era urbana da praça. Dono de grande área, em dois lados da Rua Cândido Benício, do Morro Santa Rosa até a Rua Pedro Teles, ele mandou construir dezenas de imóveis para alugar, alguns ainda existentes. Em 1910, construiu série de casas na Rua Cândido Benício, da esquina da Rua Dr. Bernardino até o atual Edifício Charlie Chaplin; e na Rua Dr. Bernardino até a esquina da Rua Pedro Teles, inclusive, as três vilas que batizou com nomes das filhas mais velhas: Astrogilda, Mafalda e Zuleika. Em frente ao atual Edifício Charlie Chaplin, ergueu famoso sobrado em 1911. Bem antes, porém, em 1901, o Gastão edificou sua residência ao lado do futuro sobrado. O terreno onde mais tarde surgiria o Esporte Clube Parames também fazia parte das suas terras.
O Gastão Taveira nasceu em Portugal em 1877. Aos oito anos de idade, acompanhou seus pais (Joaquim e Leopoldina Taveira) na imigração para o Rio de Janeiro. Anos depois, começou a trabalhar num quiosque na Praça Mauá. Alguns fregueses eram negociantes de café. O contato com eles fez com que aprendesse as artimanhas do ramo. Tornou-se excelente exportador de café e ficou rico ao comprar todo o estoque do café brasileiro e revender para os Estados Unidos. Foi nesse período que adquiriu as terras da Praça Seca e as edificou. O Gastão Taveira casou-se com Dona Julieta da Cunha Bastos Taveira, filha do Dr. Bernardino Marques da Cunha Bastos, autor do projeto das ruas da Praça Seca. O Dr. Bernardino também era negociante de café e proprietário de terras na região da Praça Seca. Morava com o genro na Rua Cândido Benício. O Gastão, além da filhas Astrogilda, Mafalda e Zuleika, teve mais dois filhos, que nasceram após a construção das vilas da Rua Dr. Bernardino: Dulce e Bernardino. Vítima de broncopneumonia, Gastão Taveira faleceu aos 41 anos de idade em 1918. Mais tarde, por causa da inexperiência da família, seus descendentes perderam os imóveis para Ernest Simon, que vendeu tudo para o Banco Francês. Em 1924, o Victor Parames Domingues comprou do Banco Francês todas as propriedades do Gastão Taveira na Praça Seca.
O Victor Parames Domingues nasceu na Espanha em 1872. Com apenas 13 anos de idade, veio para o Brasil trabalhar num botequim. Mais tarde, um tio lhe deixou como herança um armazém em São Cristóvão. A partir daí, iniciou fortuna. Em 1924, comprou os imóveis da Praça Seca e os alugou como fazia o Gastão Taveira. O Parames casou-se com Dona Emília e teve cinco filhos: Leotilde, Victor, Isaura, Laurinda e Afonso. A Isaura, que casou com o político e médico Gabriel Capristrano Júnior, foi a única da família que morou nas terras do pai, no antigo sítio do Gastão Taveira, na Rua Cândido Benício. Na década de 1960, nesse sítio, foram realizadas inúmeras festas da Fundação da Beneficência Espanhola. O Victor Parames Domingues faleceu aos 67 anos de idade em 1939. A partir desse ano, o seu filho Victor Parames Fortes passou a administrar os imóveis até 23 de maio de 1985, quando também faleceu.
O Victor Parames Fortes, em 1956, derrubou parte do sobrado e levantou o edifício, onde atualmente, entre outras lojas, existem a Drogas Mil e os laboratórios de análise. Os apartamentos foram vendidos, e as lojas alugadas. Depois, no início da década de 1960, demoliu o que restou do sobrado, a fim de construir o prolongamento do edifício, mas houve problema com a imobiliária e a obra nem sequer começaria. Somente em 1977 é que o BANERJ abriu sua agência nesse local e paga aluguel à família do Parames. Também na década de 1970, o Victor Parames Fortes vendeu algumas terras da Rua Pedro Teles, inclusive o terreno onde ficava o Esporte Clube Parames; e a grande área da Cândido Benício, onde morou a irmã Isaura com o Dr. Capistrano Júnior. As casas da Rua Dr. Bernardino (as que imitam tijolinhos) ele reformou e retornou a alugar. Além desses imóveis, continuam pertencendo à família: os prédios comerciais da esquina das ruas Dr. Bernardino e Pedro Teles, inclusive a biblioteca; as casas velhas da Rua Cândido Benício, a partir do curso de idiomas até quase esquina da Rua Dr. Bernardino; e as lojas comerciais do prédio em frente ao Edifício Charlie Chaplin, inclusive o BANERJ.
No lugar do Edifício Charlie Chaplin existiu grande área que ia até a Rua Pedro Teles, cujo proprietário, no início do século XX, foi José Luciano Carneiro, também dono do terreno da esquina da praça, onde em 1908 construiu os prédios da padaria Marangá (hoje restaurante Bola Branca), Café Recreio da Praça e da atual farmácia Droga Musa. Na área do futuro Edifício Charlie Chaplin, o José Carneiro ergueu um casarão. Ele locou todos esses imóveis, pois continuou residindo em Cascadura, na Rua da Pedreira. Falecendo em 1929, deixou as propriedades para os filhos: Luciano Carneiro (muito conhecido como Carneirinho) e Maria José Carneiro, que prosseguiram no regime de locação. Entre outros, foram inquilinos no casarão da Cândido Benício: Dr. Manuel de Morais, o Gerard Rocha Duarte (Azinho) e o Cândido Camacho (cabo eleitoral de prestígio na região). Em 1936, Dona Maria José Carneiro casou-se com Frederico Garcez e foi morar no Méier. Em 1945, o casal veio para o casarão da praça, mas não ocupou o terreno dos fundos, que estava arredado pelo português João José. Este transformou a área locada em fértil chácara, com frente para a Rua Pedro Teles (atualmente, no local, existe a vila seiscentos).
O chacareiro João José era casado com Dona Nazareth. Os filhos (Augusto, Toninho, Davi e Esmeralda) freqüentavam a praça e eram conhecidos na região. O Garcez, já no final da década de 1950, entrou na justiça com ordem de despejo para o João José. Porém, este ganhou na primeira instância. Na noite desse dia, o João José festejou e espocou foguetes em direção ao telhado do Garcez. Depois, entretanto, a própria justiça deu ganho de causa ao Garcez, e português abandonou as terras. Em 1960, a antiga chácara foi loteada, e começou a surgir a vila número 600 da Rua Pedro Teles. Em 1968, o casarão da Rua Cândido Benício foi demolido. No local, inaugurou-se, em 1973, um posto de gasolina da Petrobrás, que durou até 1979, quando foram iniciadas as obras do Edifício Charlie Chaplin. Após a demolição do casarão o Garcez com a esposa Maria José, foi morar na Rua Marangá e, depois, mudou-se para Copacabana. Os descendentes do casal são donos da maioria das lojas do Edifício Charlie Chaplin, em virtude da permuta do terreno com a construtora. Também continuam proprietários das três lojas do outro lado da rua: Bola Branca, Café Recreio da Praça e Droga Musa.
O chacareiro João José era casado com Dona Nazareth. Os filhos (Augusto, Toninho, Davi e Esmeralda) freqüentavam a praça e eram conhecidos na região. O Garcez, já no final da década de 1950, entrou na justiça com ordem de despejo para o João José. Porém, este ganhou na primeira instância. Na noite desse dia, o João José festejou e espocou foguetes em direção ao telhado do Garcez. Depois, entretanto, a própria justiça deu ganho de causa ao Garcez, e português abandonou as terras. Em 1960, a antiga chácara foi loteada, e começou a surgir a vila número 600 da Rua Pedro Teles. Em 1968, o casarão da Rua Cândido Benício foi demolido. No local, inaugurou-se, em 1973, um posto de gasolina da Petrobrás, que durou até 1979, quando foram iniciadas as obras do Edifício Charlie Chaplin. Após a demolição do casarão o Garcez com a esposa Maria José, foi morar na Rua Marangá e, depois, mudou-se para Copacabana. Os descendentes do casal são donos da maioria das lojas do Edifício Charlie Chaplin, em virtude da permuta do terreno com a construtora. Também continuam proprietários das três lojas do outro lado da rua: Bola Branca, Café Recrei9o da Praça e Droga Musa.
Na mesma Rua Pedro Teles, também na década de 1910, Francisco Moreira Felgueiras construiu, na esquina com a Rua Dr. Bernardino, uma pitoresca residência, muito conhecida através dos tempos como pavilhão ou castelinho. Na década de 1930, alugava o pavilhão. Foi nessa época que morou ali o Francisco Sales, pioneiro na profissão de repórter-fotográfico e chefe de reportagem do jornal integralista "A Ofensiva", dirigido por Plínio Salgado. O Francisco Sales era irmão de Liberalina Sales da Silva, casada com o poeta Aníbal Teófilo. Foi o Francisco que criou a filha do casal (Elisa), após a morte de Aníbal Teófilo, assassinado pelo escritor Gilberto Amado, no salão nobre do Jornal do Comércio. A Elisa, mesmo depois de casa, continuou com o tio no castelinho da Rua Pedro Teles. Seus filhos (Aníbal, Alcindo, Arnaldo, Armando, Alcélio e Alberto) foram criados no enorme terreno do imóvel, que media 12 mil metros quadrados e possuía até um campo de futebol. Em 1936, caiu um raio na torre do prédio, destruindo-o parcialmente e provocando revoada de andorinhas, que faziam ninho no sótão. No início da década de 1940, o Felgueiras vendeu o imóvel para Adriano Batista de Carvalho. Durante a mesma década morou ali o Amílcar, irmão de Adriano. Os dois eram da Bahia e hospedaram no pavilhão o ator baiano Zé Trindade, quando este veio para o Rio de Janeiro. O Adriano loteou o terreno em 1949, quando o pavilhão foi derrubado e surgiram as duas vilas e diversos prédios.
A Rua Cândido Benício, que divide a praça ao meio, atravessa todo o Vale do Marangá, fazendo esquina com outras vinte ruas. Muitos homenageados desses logradouros, como o próprio médico Cândido Benício, residiram na região. Outros, talvez até nunca tenham passado por aqui. Vejamos quem foram as pessoas que emprestaram seus nomes para as ruas que cortam a Cândido Benício, do Campinho até o Tanque.
Rua Francisco Gifoni – farmacêutico famoso, que faleceu em 1934 aos 68 anos de idade. Pioneiro a introduzir no Brasil os extratos fluídos, que só existiam na Europa. Em 1935, o trecho inicial da Rua Teles recebeu seu nome.
Rua Comendador Pinto – Comendador Francisco Pinto da Fonseca, pai do Barão da Taquara.
Rua Ana Teles – Ana Teles Rudge, filha do Barão da Taquara.
Rua Pinto Teles – médico Francisco Pinto da Fonseca Teles, filho do Barão da Taquara. Rua Dias Vieira – João Pedro Dias Vieira, falecido em 1870. Foi Ministro da Marinha durante a Guerra do Paraguai. A rua recebeu seu nome em 1993. Antes, era Rua Lauro Müller.
Rua Capitão Menezes – Capitão Jerônimo Alpoim Menezes, casado com Dona Maria Luiza, filha do Barão da Taquara.
Beco Mário Pereira – Um grande erro. Esse logradouro foi em homenagem à parteira Maria Pereira, que morou ali no século XIX e primeiras décadas do século XX. Maria Pereira fez trabalho de parto em quase todas as pessoas nascidas naquele período na região da Praça Seca. Não se sabe quem trocou o nome de Maria por Mário.
Rua Guaporanga - planta brasileira medicinal da família das mirtáceas. A rua ia se chamar Aracuã (nome tupi de ave da família dos cracídeos), mas, por sugestão de um dos seus primeiros moradores, o farmacêutico homeopata Henrique Bandeira, pai do ex-massagista do Flamengo e Seleção Brasileira João Carlos Bandeira, foi oficializada como Guaporanga.
Rua Dr. Jacundino Barreto – engenheiro e professor. Foi responsável pelas obras de saneamento da Baixada Fluminense. Lecionou no Colégio Dom Sebastião Leme e foi diretor do Ginásio Santa Cruz. Faleceu em 1935. Foi dado seu nome à rua em 1953.
Rua General Vóssio Brígido – General Rodolfo Vóssio Brígido, nascido no Ceará. Foi professor de Português no Colégio Militar, onde começou a lecionar no início do século XX, quando era tenente. Faleceu em 1951. O fato interessante é que, após seu falecimento, alunos do Colégio Militar, num abaixo-assinado, pediram à Prefeitura Que a antiga Rua Universidade, que ficava perto do colégio, recebesse o nome do general, que foi seu primeiro habitante. Mas, sem que ninguém soubesse o motivo, essa rua foi oficializada com o nome de Deputado Soares Filho em 1953. No mesmo ano, passou a ser chamada de General Vóssio Brígido a rua da Praça Seca.
Rua Dr. Bernardino – engenheiro Bernardino Marques da Cunha Bastos, autor do projeto que traçou as ruas da região da Praça Seca. Morou na Rua Cândido Benício.
Rua Baronesa – em homenagem à Baronesa da Taquara.
Rua Barão – em homenagem ao Barão da Taquara.
Rua Florianópolis – lembra a capital de Santa Catarina, por causa do Ministro Lauro Müller, nascido em Florianópolis e que morou nessa rua. Antes, se chamava Emília, em homenagem à Dona Emília Joana Fonseca Marques, filha do Barão da Taquara.
Rua Albano – Albano Raimundo da Fonseca Marques, marido de Dona Emília. Estrada Comandante Luiz Souto – Luiz Felipe de Figueiras Souto, oficial da Marinha de Guerra, um dos 337 mortos no acidente com o Cruzador Bahia, no dia 4 de julho de 1945, durante a II Guerra Mundial. O antigo Caminho da Chácara recebeu seu nome em 1951.
Rua Godofredo Viana – senador pelo Estado do Maranhão, durante a década de 1930. Freqüentava muito a casa do Galdino José da Silva, na Rua Albano. Foi justamente por iniciativa do Galdino que o antigo Caminho do Sapê passou a se chamar Godofredo Viana em 1934.
Ladeira da Reunião – por causa do próprio Morro da Reunião.
Rua Nuporanga – antiga Rua Batista Pereira. Recebeu o nome atual em 1942 em homenagem à cidade de Nuporanga, em São Paulo. Nuporanga é palavra tupi-guarani que significa campo belo.
Rua Elvira da Fonseca – esposa do Jerônimo Pinto da Fonseca, filho do Barão da Taquara.
A Rua Pedro Teles, paralela à Cândido Benício, antiga Estrado do Marangá de Baixo, é em memória do tio do Barão da Taquara, Pedro Antônio Teles Barreto de Menezes, que foi irmão de Dona Ana Maria Teles de Menezes, mãe do Barão. A Rua Japurá tem o significado em tupi-guarani de mentira. No início do século XX, seu nome era Rua Adelaide (esposa do Dr. Bernardino). A Rua Içá também vem do tupi-guarani. Içá é um tipo de formigas cheias de ovos, que surgem em bandos na época do calor. Os indígenas comiam os içás fritos com um pouco de sal. Japurá e Içá são nomes de rios na Amazônia.
A Rua Capitão Machado é em homenagem ao fazendeiro local, Capitão Francisco da Silveira Machado.
A Rua Maricá foi aberta em 1925, com apenas 200 metros após a Rua Capitão Menezes. Não tinha seguimento e terminava na Rua Lauro Müller (atual Dias Vieira). A Lauro Müller ia da Rua Cândido Benício até a Rua Araruama (hoje Espírito Santo). Essas três ruas são do loteamento de 1925, nas terras do Capitão Menezes. Em 1933, é que a Rua Lauro Müller passou a ser chamada de Rua Dias Vieira, estendendo-se novo trecho até a Rua Japurá, que também em 1933 teve prolongamento a partir da Rua Capitão Menezes. As aberturas desses logradouros acabaram com o antigo campo de futebol do Marangá. A Rua Araruama trocou o nome para Rua Espírito Santo em 1948. As ruas Maricá e Araruama tiveram esse nome numa alusão às duas lagoas do Estado do Rio de Janeiro. São palavras do tupi-guarani. Maricá significa espinheiro ou planta espinhosa. Araruama, comedouro ou bebedouro das araras. A Rua Maricá em 1935 teve grande prolongamento em direção ao Campinho, unido-se com a Rua Teles. A Rua Teles é bem antiga e vem desde o início do século XX. Ao contrário do que se pode pensar, ela não é homenagem à família do Barão, mas sim da ascendência do Antônio Geremário Teles Dantas, donos das terras daquele trecho na época da criação da rua.
A antiga rua Itapuca, antes conhecida como Rua 21 de Maio, passou a se chamara Gastão Taveira em 1948, numa justa homenagem, embora tardia, ao personagem de muita importância no desenvolvimento da região. A Rua Parintins na década de 1920 tinha o nome de Rua Lorina. A Estrada do Macaco dividiu-se em diferentes épocas, formando dois logradouros. Em 1934, surgia a Rua Luís Beltrão, originada pelo final dessa estrada (da atual Quiririm até a Parintins) e pelo Caminho do Valqueire. Em 1941, outro trecho da Estrada do Macaco, o mais longo, recebeu o nome de Rua Quiririm. A Rua Jerônimo Pinto lembra Jerônimo Pinto da Fonseca, filho do Barão da Taquara. A Rua Francisco recorda um dos netos do Barão, o advogado Francisco Taquara da Fonseca Teles, filho de Francisco Pinto da Fonseca Teles. A Rua Guarapes foi oficializada em 1933. Antes, chamava-se Elza, outra neta do Barão, Elza Teles Rudge, filha de Ana Teles Rudge. A Travessa Pinto Teles, no início do século XX, era Rua Maria Luiza, em homenagem à filha do Barão, Maria Luiza da Fonseca Menezes, esposa do Capitão Menezes.
Em 1954, nas ruas Luís Beltrão, Baronesa, Marangá e Capitão Menezes, realizaram-se escavações para colocações de enormes manilhas, com diâmetro de 1 metro e 75 centímetros, que foi parte da obra da Adutora Henrique Novaes, cujos percurso total é do Rio Guandu até a represa dos Macacos, onde abastece de água toda a Zona Sul. A adutora, na sua passagem, também fornece água para outras localidades, inclusive à região da Praça Seca, através do reservatório do Morro da Reunião, no Tanque. Quando a escavação da gigantesca vala chegou na esquina da Rua Cândido Benício, o trânsito foi desviado. Mas os usuários dos bondes tinha que fazer baldeação. Os bondes vinham de Cascadura até em frente ao atual Chopão. Ali os passageiros saltavam e pegavam outro bonde estacionado no meio da praça, a fim de continuarem a viagem à Freguesia ou Taquara. Houve muitos acidentes durante a construção da adutora na Praça Seca. O mais grave foi a morte de um operário, que trabalhava no fundo do valão na Rua Baronesa, em frente ao terreno do General Lauro Dias Barreto, quando houve um desmoronamento de terra em cima dele. A propriedade do General Barreto era onde existe os imóveis da Rua Baronesa números 716, 729, 730 (a vila) e 750 (a Academia Corpus). O terreno era bem grande, com um casarão no centro. Tinha duas frentes: na Rua Baronesa e na Rua Barão.
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