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A Semana Santa


A Semana Santa

Essa é a semana mais importante do ano, para os cristãos. Nela, revivemos a paixão de Cristo, suas dores e sofrimentos, as traições sofridas, os flagelos de sua carne e o jorrar de seu sangue. Rememoramos a Santa Ceia, o beijo da morte vindo de Judas, a negação de Pedro ao amanhecer, as falhas de caráter e a maldade humana, em sua potência máxima.

Também lembramos de José de Arimateia, que pediu a Pilatos o corpo de Jesus, colocando-o em um túmulo nunca antes utilizado, aberto na cavidade de uma pedra. Dali o corpo desapareceria, reaparecendo Cristo, já ressuscitado, para seus apóstolos, no Domingo.

Houve, ainda, a reconciliação de Herodes e Pilatos, inimigos declarados, mas agora unidos pela decisão que mudaria o rumo da Humanidade. Um, porque incentivou a crucificação. O outro, por ter lavado suas mãos, deixando a cargo da turba enlouquecida, que queria o Cristo crucificado, no lugar de um criminoso condenado.

Refletimos sobre a primeira pessoa para quem Cristo apareceu, após ressuscitado: Maria Madalena, que foi ao seu túmulo rezar e encontrou-o vazio, tendo o Mestre surgido, então. Cristo não foi reconhecido por ela, num primeiro momento. Somente ao chamá-la pelo nome, esta percebeu que tratava-se do filho de Deus.

E há muitos momentos mais… Todos os vícios e virtudes humanos já descritos ou conhecidos estiveram ali configurados, naquele episódio torpe da Humanidade, em sua pior versão. Houve quem se superasse, mostrando-se maior do que antes fora. Outros, na iminência da perseguição e da prisão, negaram o Cristo, fugiram, acovardaram-se. Muitos outros torturaram-no, feriram-no, xingaram-no, vilipendiaram seu corpo, humilharam-no, atacaram-no.

A humildade de Cristo, em contrapartida, revela-se em muitos momentos. Na Santa Ceia, ao lavar os pés de seus 12 Apóstolos. Na aceitação da humilhação e dos sofrimentos que lhe foram infligidos, durante a via crucis de sexta feira. Na redenção do ladrão com ele crucificado, exortando-o para que entrassem juntos no Céu. Sobretudo, na submissão total e irrestrita à vontade de seu Pai.

Afinal, Jesus poderia, após tantos milagres realizados, com um só gesto, fazer cessarem todos aqueles atos bárbaros, de selvageria e brutalidade, contra ele perpetrados. Contudo, a vontade de Deus era de que sofresse Ele, o Cristo, em seu próprio corpo, para salvar a Humanidade. E assim foi feito.

Tudo que emerge da Semana Santa, pode ser ferramenta para nossa evolução, com o aprimoramento das nossas virtudes, a elevação moral, a busca do amor, da compaixão e da solidariedade. Podemos morrer para quem fomos, renascendo para sermos quem queremos ser. Muito nos foi dado. É justo que retribuamos. Podemos ser bons. Sinceros. Justos. Corajosos. Equilibrados. Amorosos. Fraternos. Menos raivosos e ressentidos, egoístas e autocentrados.

A mudança sempre começa em nós. A fé materializada gera um conjunto de atitudes, que podem transformar-nos como seres humanos. Desejo uma Santa e abençoada Páscoa para todos. Que Jesus esteja em seus lares mas, principalmente, em seus corações. Todos podemos ser maiores e melhores. O exemplo está ali: basta olharmos para a cruz.


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Artigo publicado na Revista Conhecimento & Cidadania Vol. IV N.º 53 edição de Abril de 2025 – ISSN 2764-3867


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